No mês de dezembro de 2020, o setor de serviços em Santa Catarina apresentou sinais de estagnação

27/04/2021 10:38

Por: Daniel da Cunda Corrêa da Silva[1]

Análise do setor de serviços no Brasil

Após ter registrado seis meses consecutivos de recuperação, o setor de serviços no Brasil sofreu um recuo de 0,2% no mês de dezembro de 2020. Em comparação com o desempenho de dezembro de 2019, o volume de serviços no Brasil diminuiu em 3,3%, acumulando a décima taxa negativa consecutiva. Com esta performance, o setor ainda está 3,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, período anterior à pandemia de Covid-19. Diante deste quadro, o setor de serviços no Brasil fechou o ano de 2020 com uma forte queda, de 7,8%. Trata-se da queda mais acentuada da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, iniciada em 2012. Anteriormente, o ano de maior queda havia sido 2016, com retração do setor de serviços da ordem de 5%.

Ainda assim, revisados os dados de novembro de 2020 e adicionados ao desempenho de dezembro, o volume de serviços com ajuste sazonal conseguiu se recuperar da trajetória de forte queda iniciada em março de 2020, apresentando o melhor patamar em termos de número-índice ao longo de 2020 para a série com base em janeiro de 2018. Estes dados são apresentados no Gráfico 1, indicando que após a mínima de 83 pontos em maio de 2020, o índice agora chegou ao patamar de 109 ao final de 2020.

Gráfico 1: Volume de serviços (índice base fixa com ajuste sazonal, 2018=100)

G1D

Fonte: PMS (2020); Elaboração: Necat/UFSC

No segundo semestre de 2020 a economia brasileira vinha se recuperando da trajetória de queda registrada na maior parte da primeira metade do ano. Entretanto, também se nota que o vigor da retomada a partir de junho vai decaindo a cada nova pesquisa. Finalmente, neste mês de dezembro de 2020 o lento ritmo de retomada foi interrompido e revertido mediante a queda de 0,2% frente a novembro de 2020. Além disso é importante ressaltar que, ainda no mês de fevereiro, sem efeitos diretos da pandemia no Brasil, o desempenho do setor de serviços já apresentava recuo de 1% em fevereiro na comparação com janeiro. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o setor de serviços no Brasil registrou uma queda de 3,3%. Estes dados são apresentados abaixo, na Tabela 1:

Tabela 1: Variação do volume de serviços no Brasil (janeiro a dezembro de 2020)

 T1D

Fonte: PMS 2020 (IBGE)

Nota 1: com ajuste sazonal

Nota 2: base igual ao mesmo mês do ano anterior

Nota 3: base igual ao mesmo período do ano anterior

Das cinco atividades que compõem o estudo do setor de serviços no Brasil pelo IBGE, apenas duas delas tiveram desempenho negativo em dezembro de 2020: os serviços prestados às famílias (com queda de 3,6%) e os transportes, serviços auxiliares de transportes e correio (com recuo de 0,7%). A despeito da maior flexibilização das atividades em todo o país durante o segundo semestre de 2020, incrementada pela queda de restrições promovida pelo poder público para estimular as vendas de Natal, houve expansão uma vez mais no número de casos e óbitos causados pela Covid-19 no país ao longo do mês de dezembro. Como a natureza destas duas atividades é mais voltada ao caráter presencial (restaurantes, hotéis, academias, salões de beleza e viagens), o receio em contratar serviços desta natureza segue limitando a capacidade de recuperação do setor.

Entretanto, as atividades vinculadas a outros serviços (compra, venda e aluguel de imóveis, reparo e manutenção, transação de valores mobiliários, apoio ao setor primário) obtiveram mais destaque positivo, alcançando uma recuperação de 3,0% em relação a novembro de 2020. Acompanharam este resultado positivo, embora com bem menos vitalidade, as atividades de informação e comunicação (0,3%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,1%).

Uma das questões importantes a se destacar ao longo de 2020 foi o caráter desigual por meio do qual os impactos da pandemia foram absorvidos pelas diferentes atividades, o que diferencia esta crise das anteriores, que eram mais regidas por um comportamento homogêneo dos impactos. A Tabela 2 permite perceber que os serviços prestados às famílias ao longo de todo o ano tiveram uma expressiva retração de 35,6%, acompanhadas de um desempenho negativo de 11,4% nos serviços profissionais, administrativos e complementares. O setor de transportes acompanhou com o menor desvio-padrão a queda dos serviços no Brasil, apresentando uma retração acumulada em 2020 (-7,7%) que praticamente acompanhou a média negativa do setor de serviços como um todo (-7,8%). Os serviços de informação e comunicação apresentaram perdas inferiores à média nacional (-1,6%), sendo que o resultado foi reflexo principalmente do desempenho das atividades de telecomunicações, televisão por assinatura, exibição cinematográfica, operadoras de TV por satélite e consultoria em tecnologia da informação.

Algumas prestações de serviços foram sumariamente substituídas pela execução direta ou pelo simples abandono da necessidade de demandá-lo. Segundo dados da Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB), por exemplo, 82% tiveram quedas no faturamento, 58% estão com dívidas em atraso e mais de 375 mil salões de beleza no país já encerraram suas atividades em definitivo desde o começo da pandemia[2]. No cômputo geral, dos 166 tipos de serviços analisados pelo IBGE, apenas 28,6% deles registraram resultados positivos em 2020.

De outro lado, houve serviços que se beneficiaram das alterações no comportamento das famílias provocadas pelo novo coronavírus. No acumulado de 2020, o setor de outros serviços registrou crescimento de 6,7% em 2020, se comparado à 2019. Esta performance foi derivada, sobretudo, dos resultados dos setores de corretagem de títulos mobiliários, administração de bolsas e mercados de balcão organizados, administração de fundos, corretagem de seguros, previdência complementar e de saúde, além de recuperação de materiais plásticos.

Tabela 2: Evolução do volume de serviços no mês de novembro, segundo grupos de atividades

T2D

Fonte: Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria (IBGE)

Nota 1: mês anterior com ajuste sazonal

Nota 2: base igual ao mesmo mês do ano anterior

Nota 3: base igual ao mesmo período do ano anterior

Nota 4: acumulado dos 12 meses anteriores

Na tabela 3 é possível identificar a variação no desempenho das atividades de serviços no Brasil por Estados e o Distrito Federal. Neste sentido, a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE assevera que 8 das 27 unidades federativas do Brasil apresentaram quedas em seus indicadores de dezembro na comparação com o mês anterior. Tocantins comandou os resultados negativos, apresentando recuo de 4,7%. Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte foram negativos em 1,7, 1,6 e 1,5%, respectivamente. O Estado de São Paulo também registrou uma queda importante, da ordem de 0,4%. Os desempenhos positivos ficaram por conta de Rondônia (17,7%) e do Amapá (8,5%). Alagoas (6,4%), Roraima (4,9%) e Piauí (4,3%) completam a lista dos cinco melhores desempenhos do setor de serviços no Brasil em dezembro de 2020. Além disso, merecem destaque as retomadas do Distrito Federal (4,0%) e do Rio de Janeiro (1,8%), em razão do impacto que geram nos indicadores nacionais.

Em relação ao igual mês do ano anterior, a queda de 3,3% do setor de serviços nacional foi também registrada em 16 das 27 unidades da federação. São Paulo (-3,8%), Rio de Janeiro (-5,5%), Distrito Federal (-14,2%) e Rio Grande do Sul (-7,9%) são os que mais pesam para que o desempenho nacional seja inferior ao de dezembro de 2019. Ao mesmo tempo, quando se observa o acumulado de 2020, 25 das 27 unidades da federação tiveram queda em seus setores de serviços. São Paulo (-7,4%), Rio de Janeiro (-7,3%) e Minas Gerais (-6,1%) são os estados que se mantiveram próximos da queda média nacional; Rio Grande do Sul (-12,7%), Paraná (-9,5) e Bahia (-14,8%) foram os outros estados cuja queda foi ainda mais expressiva, contribuindo para a redução de desempenho do setor de serviços na economia nacional. Apenas Rondônia (0,3%) e Amazonas (0,5%) conseguiram encerrar 2020 com dados superiores aos do início do ano.

 Tabela 3: Variação (%) do volume de serviços entre os estados brasileiros no mês de dezembro de 2020

 T3D

Fonte: PMS 2020 (IBGE)

Nota 1 – Base: mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal

Nota 2 – Base: igual mês do ano anterior

Nota 3 – Base: igual período do ano anterior

Nota 4 – Base: 12 meses anteriores

O comportamento do setor de serviços em Santa Catarina até dezembro de 2020

No mês de dezembro de 2020 o volume de serviços no estado de Santa Catarina, levando-se em consideração o ajuste sazonal, chegou próximo de seus valores referentes a meados de 2015, como se pode observar no Gráfico 2. O balanço do ano de 2020 revela que o setor ainda não conseguiu retornar ao patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2012, ocorrida em novembro de 2014 e tomada como referência para o gráfico.

Gráfico 2: Volume de serviços em Santa Catarina até dezembro de 2020

(índice base fixa com ajuste sazonal, 2018=100)

G2D

Fonte: PMS (2020); Elaboração: Necat/UFSC

Na Tabela 4, a seguir, pode-se perceber a evolução do volume de serviços em Santa Catarina com diferentes períodos de comparação. Em linhas gerais, considerando o ritmo de recuperação que já vinha lento na economia catarinense, o resultado de dezembro de 2020 aponta para praticamente uma estagnação do setor, diante da modesta taxa de crescimento de 0,1% em relação ao mês de novembro do mesmo ano. Quando se compara o desempenho de dezembro de 2020 com dezembro de 2019, houve melhora no desempenho dos serviços em Santa Catarina na ordem de 4,3%. Ainda assim, o setor de serviços encerra o ano de 2020 no estado a um patamar 4% menor em termos de volume do que ao final de 2019.

Tabela 4: Variação (%) do volume de serviços em Santa Catarina (janeiro a novembro de 2020)

T4D

Fonte: PMS 2020 (IBGE)

Nota 1 – Base: mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal 

Nota 2 – Base: igual mês do ano anterior 

Nota 3 – Base: igual período do ano anterior 

Nota 4 – Base: 12 meses anteriores

Abaixo, a Tabela 5 revela o comparativo entre o desempenho do setor de serviços catarinense em relação ao Brasil e aos outros estados do sul ao longo do último trimestre de 2020. Em relação aos meses anteriores, Santa Catarina se afastou fortemente do índice médio de recuperação nacional durante o mês de novembro. Em dezembro, já houve reaproximação, ainda que tanto o indicador nacional quanto o regional tenham apresentado queda significativa no potencial de recuperação.

Quando se realiza a comparação entre a variação mensal com o período equivalente do ano anterior, observa-se que Santa Catarina possui dados melhores que a média nacional. Frente ao último trimestre de 2019, Santa Catarina registrou uma performance melhor nos seus indicadores de volume de serviços em 2020. Enquanto em âmbito nacional os números de outubro (-7,4%), novembro (-5,0%) e dezembro (-3,1%) sinalizam que a economia brasileira encerra o ano pior do que em 2019, Santa Catarina teve um volume de serviços 2,5%, 4,4% e 4,3% superiores aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2019, respectivamente.

Tabela 5: Comparação da variação (%) do volume de serviços na região sul e no Brasil

(agosto a dezembro de 2020)

 T5D

Fonte: PMS 2020 (IBGE)

Nota 1 – Base: mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal

Nota 2 – Base: igual mês do ano anterior

Nota 3 – Base: igual período do ano anterior

Nota 4 – Base: 12 meses anteriores

Ainda pela Tabela 5 é possível perceber que no acumulado do ano para o último trimestre tanto o Brasil quanto Santa Catarina buscaram minimizar os impactos da pandemia sobre o setor, mas é importante ressaltar que os efeitos foram bastante tímidos. De todas as 19 unidades da federação que registraram valores positivos para serviços em dezembro de 2020, Santa Catarina é a detentora do menor valor (0,1%). Ao fim, trabalhando-se o acumulado do ano, o país registrou uma queda de 7,8% no setor de serviços em 2020. Santa Catarina, por sua vez, teve um desempenho significativamente melhor que a economia nacional, reduzindo sua queda no setor de serviços à praticamente a metade do que ocorreu no Brasil como um todo.

Em relação aos outros dois estados do sul, Santa Catarina registrou em dezembro de 2020 um volume de serviços melhor que o do Rio Grande do Sul (-0,3%), mas ficou atrás do Paraná (+0,4%). Quando se contempla o acumulado do ano de 2020, a queda dos indicadores de volume de serviços de Santa Catarina (-4,0%) é significativamente inferior àquela registrada por seus vizinhos. No Paraná a performance do setor de serviços em 2020 foi duas vezes pior (-9,5%) e no Rio Grande do Sul praticamente três vezes mais baixa (-12,7%).

Desmembrando-se os indicadores, a tabela 6 permite perceber que o volume de serviços estagnado em dezembro de Santa Catarina se deve à concentração de um desempenho negativo em 2 dos 5 grupos de atividades, sendo que o pior registro foi para a área de serviços prestados às famílias, cuja queda no mês foi de 29,5%. Tais setores foram os mais afetados pela pandemia da COVID-19 em razão das medidas restritivas, o que acabou provocando uma redução significativa no fluxo de pessoas em circulação. Logo, muitos serviços prestados em caráter presencial, tais como aqueles de restaurantes, hotéis, academias e salões de beleza acabam encontrando maiores dificuldades de se restabelecerem.

A outra área com registro negativo foi a de outros serviços, com recuo de 4,5%. Estima-se que tenha contribuído para esta queda as atividades de coleta de resíduos, bem como tratamento, recuperação e reciclagem de materiais. Os outros 3 grupos de atividades tiveram avanço em dezembro de 2020 na comparação com o mês anterior: serviços de informação e comunicação (+2,4%); serviços profissionais, administrativos e complementares (+28,5%) e transportes, serviços auxiliares e de correio (+9,6%).

É importante registrar um alerta: os dois subsetores de serviços em Santa Catarina que tiveram desempenho negativo (serviços prestados às famílias e outros serviços), registraram em dezembro uma queda superior àquela que vinha sendo registrada nos meses anteriores. Já os indicadores dos subsetores que estão em alta (serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; e transportes, serviços auxiliares e de correio) apontam para retomadas que oscilam entre taxas positivas e negativas nos últimos meses e/ou apresentam elevação a taxas decrescentes. O único subsetor que apresentou retomada mais sólida no último trimestre de 2020 foi o de transportes. Portanto, há fortes indícios de que a recuperação de indicadores do 2º semestre de 2020 já tenha se esgotado, demonstrando-se incapaz de reverter ainda os patamares de atividade econômica anteriores à pandemia[3].

Os serviços profissionais, administrativos e complementares acumularam alta de 11% em seu volume ao longo de 2020 e foram o único subitem do setor de serviços a fechar o ano em ascensão[4]. É possível estimar que este grupo de atividades tenha desempenho positivos vinculado às áreas de engenharia e arquitetura; seleção e agenciamento de mão-de-obra; e serviços de asseio, conservação e vigilância, em função da retomada dos expedientes presenciais em edifícios comerciais nos últimos meses do ano.

Tabela 6: Variação (%) das atividades de serviços em Santa Catarina entre setembro e novembro de 2020

 T6D

Fonte: PMS 2020 (IBGE)

Nota 1 – Base: igual mês do ano anterior

Nota 2 – Base: igual período do ano anterior

Nota 3 – Base: 12 meses anteriores

No acumulado do ano, Santa Catarina saiu-se relativamente melhor que seus vizinhos do sul, pois a retração foi registrada em todos os 5 subsetores da área de serviços do Paraná e do Rio Grande do Sul, e em patamares maiores no geral do que o desempenho de nosso Estado.

Considerações Finais

O setor de serviços responde por 72,8% da composição do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Por sua natureza específica de relações pessoais mais próximas, o setor segue sendo um dos mais impactados pela pandemia, com ritmo de recuperação ainda inferior aos setores de comércio e indústria, por exemplo. Mesmo com atividades que não dependem essencialmente do contato físico, é possível observar que o impacto negativo da pandemia sobre as atividades de prestação de serviços que demandam a presença de pessoas revelou-se superior aos eventuais efeitos positivos e/ou às recuperações ocorridas em outras atividades. Por conta disso, o ano de 2020 registrou a maior queda do setor de serviços desde que a série histórica iniciada em 2012 é calculada. Também de forma extraordinária, o setor de serviços reduziu sua participação relativa no PIB pela primeira vez em três anos (o montante era de 73,5% em 2019). O setor industrial também sofreu redução proporcional, denotando que a agropecuária foi o setor beneficiado da perda relativa de participação dos outros dois setores no total da renda nacional.

Tão importante quanto registrar a queda histórica do setor de serviços em 2020, é observar que o ritmo de recuperação do setor que se desenhava no segundo semestre arrefeceu. A queda nacional de 0,2% na comparação entre novembro e dezembro de 2020 fez com que a distância em relação ao período pré-pandemia, que era de -3,2% em novembro se elevasse para -3,8% em dezembro. O grupo de atividades que segue sendo responsável pela maior parte da queda nos indicadores agregados de serviços é o de serviços prestados às famílias, cuja perda em 2020 foi de -35,6%. As limitações de capacidade e as restrições de circulação atingem diretamente as atividades de bares e restaurantes, bem como os serviços de hospedagem e eventos.

O estado de Santa Catarina permanece sustentando, mormente, indicadores com desempenho superior à média nacional e regional no que se refere ao setor de serviços. A maior permissividade das atividades econômicas e o relaxamento das medidas de distanciamento social contribuem neste sentido, aliados ao início da temporada de verão no litoral.

O fraco desempenho nas atividades relacionadas a essa prestação de serviços se localizam, sobretudo, nos setores de alojamento, alimentação fora de casa, atividades culturais, de recreação, lazer e esportivas, bem como serviços pessoais (principalmente restaurantes, hotéis, academias, salões de beleza e viagens). De outro lado, percebe-se que o último trimestre do ano representou uma retomada mais vigorosa em Santa Catarina das atividades presenciais em escritórios, prédios e centros comerciais, visto que os serviços profissionais, administrativos e complementares mantiveram forte recuperação, mesmo que num ritmo ligeiramente menor em dezembro de 2020.

A baixa expressiva nos serviços prestados às famílias no Brasil e em Santa Catarina, mesmo diante do relaxamento de medidas restritivas, denota outra esfera da crise econômica intensificada pela pandemia: a redução da renda real da população, tema importante a ser observado a partir do momento que a vacinação avançar ao longo de 2021. É possível que mesmo uma retomada do nível de atividades econômicas em 2021 siga apresentando ritmos bastante distintos na observação das atividades desagregadas, a despeito do avanço da vacinação.


[1] Professor do curso de Relações Internacionais da Univali. Economista, mestre em Relações Internacionais e Pesquisador do NECAT/UFSC. danicorreadasilva@gmail.com

[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SALÕES DE BELEZA. Relatório Anual de Atividades 2020. Disponível em: http://www.saloesbrasil.com.br/site/relatorio-anual-2020/ Acesso em: 07 abr. 2021.

[3] Mesmo o desempenho positivo do setor de transportes em dezembro não foi suficiente para apresentar uma retomada consistente com relação aos dados anuais, já que este tipo de serviço fechou 2020 com uma queda de 1,1% em Santa Catarina. Acompanhando o desempenho negativo no ano temos os setores de serviços de informação e comunicação (queda de 6,1%) e de serviços prestados às famílias (retração mais uma vez muito expressiva, da ordem de 26,6%).

[4] A categoria “outros serviços” também fechou 2020 em alta, no entanto, de apenas 0,1%, o que aponta muito mais para um cenário de estabilidade do que de crescimento.