Produção industrial catarinense retornou ao nível inferior ao pré-pandemia no mês de setembro/22

17/11/2022 14:52

Matheus Souza da Rosa*

Os resultados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF/IBGE) referentes ao desempenho do setor em setembro/22 mostraram uma nova rodada de desacelerações em nível nacional e estadual. Nacionalmente, a queda verificada foi de -0,7% pela perspectiva mensal, reeditando a mesma retração que foi registrada em agosto. Já em Santa Catarina a retração foi de -5,1%, potencializando a forte queda de -5,4% verificada em agosto e levando o índice para um nível inferior ao patamar pré-pandemia.

Em termos regionais, a desaceleração se mostrou bastante disseminada, com apenas duas das 14 Unidades da Federação (UFs) mantendo expansão (Ceará e Pernambuco, 3,7% e 2,0%, respectivamente). Entre as quedas, destacaram-se as retrações de Santa Catarina (-5,1%), Paraná (-4,3%), Pará (-3,7%) e São Paulo (-3,3%). Chama atenção, ainda, que seis das 12 UFs que regrediram em setembro também registraram quedas em agosto, o que indica o início de uma possível tendência de declínio[1].

Esse panorama da indústria em 2022 explicita um cenário preocupante, sendo o principal traço distintivo o ritmo reduzido decorrente de uma demanda global ainda deprimida e de um nível de incertezas crescente, tanto interna e como externamente. No Brasil, a manutenção do patamar recessivo da taxa básica de juros, somada à resiliência da inflação em grupos importantes como alimentação e bebidas e vestuário, têm sido os principais vetores da desaceleração. O nível de preços ao produtor, da mesma forma, segue alto em partes importantes dos setores de atividades, desestimulando aumentos de produção. Soma-se a isso, ainda, a instabilidade comum a períodos que antecedem processos eleitorais, os quais projetam incertezas para o futuro em diversos níveis e, em consequência, afetam negativamente o comportamento da demanda.

No presente texto serão analisados, à luz da conjuntura econômica, os resultados da PIM-PF/IBGE no mês de setembro/22 no cenário nacional e em santa Catarina, com destaque para as variações entre os setores de atividades da indústria de transformação e para os contrastes regionalmente observados.

Reeditando a retração de agosto, indústria nacional desenha trajetória negativa em setembro

A variação negativa da produção industrial em setembro mantém a tônica de ritmo arrefecido registrado ao longo do ano e inicia o desenho de uma lenta tendência de declínio. Como mostra o Gráfico 1, ao menos desde abril de 2021 a trajetória da produção física tem sido de estagnação, com poucas variações bruscas. Como consequência disso, a variação do índice de produção física no ano corrente é de 0,4%, tendo o índice se mantido abaixo do nível de fevereiro de 2020 (último indicador do pré-pandemia) em todos os meses do ano. Com as quedas reeditadas em agosto e setembro, a comparação com o índice pré-pandemia apresenta retração de -2,4%.

Gráfico 1 – Índice de produção física com ajuste sazonal, Brasil, 2020-2022 (jan/2020 = 100)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

A evolução mensal do índice pelas distintas bases de comparação consta na Tabela 1. A série mensal com ajuste sazonal ilustra a recente tendência negativa instaurada no setor, tendo sido regressivos os resultados em três dos últimos 4 meses. Em setembro, a retração de -0,7% amplia as quedas de agosto e aumenta a distância do índice em relação ao nível pré-pandemia. Nos 9 primeiros meses do ano, ainda está por se registrar uma expansão mensal acima de 1%, evidenciando a debilidade do ritmo produtivo.

A comparação com os meses de 2021, por outro lado, apresentou sinal positivo em setembro, com uma pequena expansão de 0,4% que confirma o resultado de agosto. Ainda assim, esse foi apenas o terceiro resultado positivo dessa série no ano, mostrando que na maioria dos meses o ritmo produtivo foi inferior aos níveis do ano passado. Em termos regionais, metade das UFs consolidaram expansões por essa perspectiva, merecendo destaque as variações de Mato Grosso (37,5%), Amazonas (13,7%) e Rio Grande do Sul (4,7%). Negativamente, despontaram as variações de Espírito Santo (-14,7%), Pará (-13,4%) e Paraná (-8%).

Tabela 1 – Variação do volume de serviços no Brasil em diversos períodos

Fonte: PIM-PF/IBGE; Elaboração: Necat-UFSC

Pela ótica dos acumulados o quadro também é de retração. No acumulado do ano, a retração atual é de -1,1%, em relação ao acumulado do mesmo período de 2021. Nos primeiros nove meses do ano ainda não foi registrada expansão acumulada na comparação com 2021, o que é especialmente preocupante quando se considera que o ano passado foi também um período de perdas para o setor industrial. Pela perspectiva dos doze meses, a conjuntura também é negativa, sendo o resultado de setembro negativo em -2,3%. Nessa série, os resultados negativos foram registrados continuamente desde abril.

Assim, os desafios para o setor industrial continuam se avolumando e, por enquanto, se convertendo num baixo ritmo produtivo e numa evidente falta de reação que estabelecem preocupações de curto, médio e longo prazo. Em termos de componentes da demanda, os principais entraves atuais são o ciclo recessivo da taxa de juros e a inflação elevada em grupos relevantes como alimentação e bebidas e vestuário[2], cujas atividades são altamente conectadas com parte importante das atividades industriais no Brasil. Os preços dos produtos, semelhantemente, continuam elevados em parcelas importantes da indústria de transformação, o que desestimula o incremento da produção.[3] Não bastasse todos esses fatores, em relação ao cenário externo há um forte volume de incertezas associado a crises importantes, como a deterioração das condições financeiras globais a partir da altas nos juros, a desaceleração da economia chinesa e a guerra na Ucrânia, cujos impactos também são refletidos em nível de economia brasileira (IEDI, 2022).

A abertura dos resultados pela desagregação por grandes categorias econômicas (CGCE) ajuda a entender o cenário. Como mostra o Gráfico 2, as quedas durante o período da pandemia afetaram especialmente o setor produtor de bens de consumo duráveis, cuja retração em relação a fevereiro de 2020 atualmente é da magnitude de -16,1%[4]. Nesse mesmo período, regrediu também o setor de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis, com retração de -8,6%. Bens de capital e bens intermediários, por outro lado, apresentaram expansões, superando as perdas da pandemia ainda em 2020 (com variações de 15,7% e 0,3%, respectivamente).[5]

Gráfico 2 – Índice de produção física com ajuste sazonal, categorias de uso, Brasil, 2020-2022 (jan/2020 = 100)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

A síntese dos resultados por categorias de uso em setembro mostra, contudo, uma uniformidade de retrações pela perspectiva mensal, conforme apresentado na Tabela 2. Bens de consumo não duráveis apresentou o pior resultado, com retração de -1,4%. Na sequência, regrediram bens intermediários (-1,1%), bens de capital (-0,5%) e bens de consumo duráveis (-0,2%). De pequena magnitude, essas retrações se situam na linha dos resultados agregados, sendo a debilidade do ritmo constatada ao longo do ano agora ratificada por uma leve tendência de queda. O saldo do ano, por fim, pode ser consultado pela série acumulada, na qual as retrações também são a norma, com liderança do setor de bens do consumo duráveis, em consonância com a dinâmica visualizada no Gráfico 2.

Tabela 2 – Variação da atividade industrial do Brasil em vários períodos, categorias de uso, em setembro de 2022

Fonte: PIM-PF/IBGE; Elaboração: Necat-UFSC.

Desagregando pelos setores de atividades da CNAE 2.0, tem-se o exposto no Gráfico 3. Em setembro, apenas quatro dos 25 setores expandiram pela perspectiva mensal, mostrando que o cenário de declínio está bastante disseminado entre os diferentes segmentos da indústria de transformação. Foram expansivos os resultados de produtos de fumo (6,9%), outros equipamentos de transporte (2,7%), máquinas e equipamentos (2,2%) e equipamentos de informática (1,3%). Entre os setores que regrediram, foram mais expressivas as variações de produtos de madeira (-8,8%), metalurgia (-7,6%), produtos diversos (-6,1%) e fabricação de bebidas (-4,6%).

Alguns setores aprofundaram retrações registradas nos meses anteriores. Foi o caso de produtos alimentícios (-2,9% em set. e -3,3% em ago.), produtos têxteis (-2,7% em set., -5,2% em ago. e -1,8% em jul), celulose, papel e produtos de papel (-1,2% set., -0,5% ago.), impressão e reprodução de gravações (-1,2% set., -0,5% ago.), coque e produtos derivados do petróleo (-2,6% set. -4,4% ago), produtos de limpeza e higiene pessoal (-3,5% set., -0,1% ago., -1,3% jul.), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,1% set., -0,9% ago., -1,7% jul.) e fabricação de móveis (-1,7% set., -1,1% ago., -5,4% jul. e -1,6% jun). A conjuntura para esses setores de atividades é especialmente preocupante, uma vez que a reincidência de retrações caracteriza uma tendência de quedas estabelecida e que, em alguns casos, já se mantém por três ou quatro meses.

Tabela 3 – Produção Física Industrial do Brasil por Setores de Atividades, mês a mês com ajuste sazonal

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: Necat-UFSC.

A consolidação do cenário setorial em 2022 pode ser visualizada pelo acumulado anual, conforme ilustra o Gráfico 3. Dos 25 setores de atividades, 14 estão no negativo em 2022 na comparação com o acumulado de 2021, sendo que as maiores retrações nos setores de móveis (-17,9%), produtos têxteis (-13,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,7%) e produtos de metal (-10,8%). Entre os resultados expansivos, o destaque fica por conta de outros equipamentos de transportes (8,9%), produtos de fumo (8,8%), coque e produtos derivados do petróleo (8,3%) e fabricação de bebidas (4,4%), com boas expansões acumuladas, mesmo na contramão da conjuntura.

Gráfico 3 – Produção física industrial, setores de atividades, Brasil, acumulado anual (set/2022)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

Produção física industrial de Santa Catarina registra nova retração em setembro e está em negativo no período da pandemia

A trajetória recente da produção física industrial em Santa Catarina é apresentada no Gráfico 4, a partir do índice com ajuste sazonal. Em setembro, com a forte retração que aprofunda as perdas que já haviam sido registradas em agosto, o índice retorna para nível inferior a fevereiro de 2020, anulando os ganhos que se verificaram principalmente no segundo semestre de 2020 e no primeiro semestre de 2022. Assim, a variação do índice em relação ao patamar pré-pandemia agora registra retração de -3,4%. Além disso, a comparação com o índice nacional também se tornou negativa em setembro, sendo a primeira vez que tal fato ocorre desde julho de 2020. Desde então, a indústria catarinense havia registrado resultados relativamente melhores do que o agregado nacional, porém com o resultado de setembro a dinâmica se inverteu.

Gráfico 4 – Índice de produção física com ajuste sazonal, Santa Catarina, 2020-2022 (jan/2020 = 100)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

Nos últimos doze meses os resultados seguiram a dinâmica exposta na Tabela 4. Pela perspectiva mensal com ajuste sazonal, o resultado de setembro foi de retração de -5,1% em relação aos níveis produtivos de agosto. Com isso, o atual saldo dessa série no ano é de 3 retrações e 6 expansões, sendo a primeira vez desde novembro de 2021 que o setor acumula retrações mensais em Santa Catarina, como mostra o Gráfico 5. As quedas acumuladas em agosto e setembro, porém, foram suficientes para se sobrepor ao ritmo relativamente lento das variações expansivas, de modo que a comparação com o índice registrado em janeiro mostra queda de -4,6%, consolidando um saldo anual negativo.

Tabela 4 – Variação do volume de serviços em Santa Catarina em diversos períodos

Fonte: PIM-PF/IBGE; Elaboração: Necat-UFSC

A comparação com o índice de setembro de 2021 também retornou retração da ordem de -6,2%. Esse é o sexto resultado negativo no ano a partir dessa base de comparação, indicando que na maior parte dos meses houve uma disparidade relevante entre o ritmo produtivo de 2022 em relação ao ano passado, mesmo esse tendo sido um ano eivado de entraves ecnômicos e de saúde pública. Indicador semelhante se registra também na série acumulada, na qual o índice de setembro mostra retração de -3,9% em relação ao acumulado do mesmo período de 2021. A série de doze meses, por fim, registrou ampliação nas retrações que se seguem desde maio, regredindo -5,1%.

            Gráfico 5 – Produção física industrial em Santa Catarina, mensal com ajuste sazonal (2020-set/2022)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

Em termos desagregados, a atual rodada de retrações se expressou na queda de sete dos 12 agrupamentos presentes na pesquisa na comparação com os níveis de setembro de 2021. Foram expressivas as retrações de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-29,7%), produtos de madeira (-27,6%), produtos de minerais não metálicos (-20,2%) e produtos têxteis (-20%). Entre os setores que expandiram, foram mais representativos os resultados de produtos alimentícios (8,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,5%) e máquinas e equipamentos (3,2%).

A boa notícia desses resultados é a manutenção da tendência expansiva da indústria de produtos alimentícios, a qual possui a maior parcela relativa no parque industrial estadual e desde maio vem apresentando uma trajetória sustentável. Por outro lado, setores importantes para a indústria estadual como máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos têxteis continuam com o registro de quedas em todos os meses do ano na comparação com os resultados mensais de 2021[6]. A debilidade desses setores em 2022 é um dos fatores fundamentais para a explicação da instabilidade verificada no índice agregado estadual e para as quedas dos últimos dois meses.

Tabela 5 – Produção Física Industrial de Santa Catarina por Setores de Atividades, variação mensal em relação ao mesmo mês do ano anterior

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

A consolidação anual desses resultados é representada pelo Gráfico 6, na comparação com o acumulado do mesmo período de 2021. Apenas as atividades de fabricação de produtos alimentícios e fabricação de produtos de metal registraram expansões por essa ótica, com altas de 7,2% e 1,4% na comparação com o acumulado registrado entre janeiro e setembro de 2021. Entre os setores no negativo, a perspectiva acumulada corrobora os sinais negativos para as atividades de produtos têxteis e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com retrações de -20,4% e -15,1%, respectivamente. Ao todo, as retrações foram verificadas em dez dos 12 setores de atividades que constam na pesquisa regional, mostrando que a instabilidade e a tendência negativa instalada no índice agregado estão bastante disseminadas entre as distintas esferas da indústria catarinense.

Gráfico 6 – Produção física industrial em Santa Catarina por setores de atividades, acumulado anual (2022)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

Considerações Finais

O saldo dos resultados de setembro expostos na PIM-PF/IBGE é eminentemente negativo. Nacionalmente, a trajetória de estagnação consolidada há mais de um ano mostrou desaceleração e um primeiro sinal de conversão para um movimento de quedas, diminuindo a magnitude da variação do índice em relação ao início do ano para 0,4%. Em Santa Catarina, por sua vez, a retração mensal de -5,1% aprofundou as perdas de agosto (já consideráveis)  e levou o índice para um patamar inferior ao nacional e ao nível pré-pandemia (-3,4% em relação ao índice de fevereiro de 2020).

Entre os setores de atividades esse sinal negativo se mostrou relativamente disseminado, mais em Santa Catarina do que no Brasil. No estado, as retrações acumuladas se mostraram presentes em dez dos 12 setores de atividades presentes na pesquisa, sendo os setores mais deficitários relativos à produção de produtos têxteis e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que regrediram -20,4% e -15,1%, respectivamente, em relação aos acumulados de 2021. Esse resultado é especialmente preocupante quando se observa que ambos os setores possuem elevada participação no parque industrial catarinense, da ordem de 6,91% e 9,03% em relação ao total geral do valor da transformação industrial, respectivamente, o que dá dimensão do potencial de espraiamento dos resultados negativos dessas atividades para a generalidade da economia de Santa Catarina.

Para os próximos meses o prognóstico é de manutenção do ritmo arrefecido, uma vez que o patamar recessivo da taxa básica de juros deverá se manter inalterado até o primeiro trimestre de 2023. A resiliência da inflação em diversos grupos também deverá continuar como elemento negativo, uma vez que sua vigência desestimula a demanda agregada e, em consequência, reduz os incentivos ao incremento da produção. A distribuição de tendências de alta nos preços aos produtores entre diversos segmentos da indústria de transformação também deverá ser um empecilho, atravancando principalmente as atividades de setores que já estão em trajetória instável ao longo do ano.

Referências

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Índice nacional de preços ao consumidor amplo – IPCA. Rio de Janeiro (RJ): IBGE, novembro de 2022.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Índice de preços ao produtor – IPP. Rio de Janeiro (RJ): IBGE, novembro de 2022.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Industrial Anual – PIA. Rio de Janeiro (RJ): IBGE, 2022.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Industrial Mensal. Produção Física (PIM). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, setembro de 2022.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Industrial Mensal. Produção Física Regional (PIM Regional). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, setembro de 2022.

IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Economia mundial em desaceleração – Carta IEDI, edição 1169. Disponível em: < https://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_1169.html>. Acesso em: 12 de novembro de 2022.


* Graduando em Ciências Econômicas na UFSC e bolsista do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat-UFSC). E-mail: matheusrosa.contato@outlook.com

[1] Foram estas: Pará (-3,7% em set., -5,9% em ago.), Bahia (-1,3% e -2,9%), Minas Gerais (-1,7% e -1,9%), Espírito Santo (-2,2% e -3,8%), Paraná (-4,3% e -1,7%) e Santa Catarina (-5,1% e -5,4%).

[2] Em setembro, o IPCA acumulado em doze meses registrava alta de 4,1%. Os grupos de alimentação e bebidas e de vestuário, contudo, apresentavam taxas de 9,5% e 13,6%, respectivamente. A Meta da SELIC, por sua vez, está fixada em 13,75% a.a. desde a reunião do COPOM realizada em 04 de agosto, num cenário que deve se manter, segundo a maioria das projeções, até o primeiro trimestre de 2023.

[3] Em setembro, o IPP da indústria de transformação foi de 5,94% no acumulado anual. Uma série de setores, contudo, registrou índices bem mais elevados, acima dos dois dígitos no acumulado anual.

[4] Apenas em um breve momento no segundo semestre de 2020 o setor de bens de consumo duráveis não ficou na retaguarda. Em todo o restante do período, a partir das perdas bruscas de março e abril de 2020 que praticamente paralisaram as atividades do setor, consumo duráveis apresentou os piores resultados entre as categorias de uso da indústria.

[5] Vale mencionar a resiliência da indústria de bens de capital. A despeito das retrações volumosas que se verificaram no nível produtivo desse agrupamento na última década, durante a pandemia o setor apresentou resiliência e capacidade acelerada de recuperação, liderando a retomada do setor desde novembro de 2020.

[6] Segundo a Pesquisa Industrial Anual do IBGE (PIA/IBGE), em 2020 os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos têxteis correspondiam à segunda e quarta maior parcelas do valor da transformação industrial em Santa Catarina, com participações de 9,03% e 6,91% no total geral, respectivamente. A indústria de produtos alimentícios, por sua vez, correspondia a 23,75% do total geral.