Produção industrial de Santa Catarina continua negativa no acumulado dos últimos 12 meses

23/04/2021 21:25

Por: Lauro Mattei[1] e Matheus Rosa[2]

No início de abril o IBGE divulgou a Pesquisa Industrial Mensal relativa à Produção Física Regional (PIM-PF) do mês de fevereiro de 2021. Tal pesquisa contempla quatorze unidades da federação, a região Nordeste e o desempenho conjunto do país. De um modo geral, observa-se que a crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus ainda vem afetando o setor industrial em várias partes do país, porém com resultados díspares entre as diversas unidades da federação. Esse comportamento revelou um cenário de queda na maioria dos 15 locais pesquisados, chamando atenção para o fato de que 13 locais pesquisados no mês de fevereiro do corrente ano apresentaram resultados negativos no acumulado dos últimos 12 meses. Apenas os estados do Pará e Pernambuco tiveram resultados positivos.

Além disso, quando se compara o mês de fevereiro de 2021 com o mesmo mês do ano anterior, nota-se que apenas cinco unidades da federação (MG, SP, PR, SC e RS) apresentaram variações positivas, revelando um cenário contrastante no setor industrial no âmbito do país, o qual pode ser sintetizado da seguinte forma: algumas unidades da federação estão com a indústria há mais tempo operando negativamente; outras apresentaram recuo pela primeira vez no mês de fevereiro após a recuperação no segundo semestre do ano anterior; e outras poucas unidades aumentaram sua produção no referido mês para compensar a queda verificada em janeiro de 2021.

Por fim, observou-se que para o conjunto do país ocorreu uma queda de 0,7% no mês de fevereiro em relação ao mês imediatamente anterior, algo que não acontecia desde o período de recuperação do ano anterior após o grande choque inicial da pandemia. O conjunto dessas informações será analisado concomitante para o país e para Santa Catarina, em particular.

A produção industrial do país em fevereiro de 2021

A Tabela 1 apresenta a variação da produção física do setor industrial do país no mês de fevereiro de 2021, considerando-se quatro bases de comparação. Inicialmente, nota-se que no mês citado em relação ao mês imediatamente anterior ocorreu uma queda de -0,7% no conjunto do país, desempenho negativo que não se verificava nos últimos nove meses de recuperação após as grandes quedas verificadas nos meses de março e abril de 2020. De alguma forma, esse resultado negativo do último mês considerado revela a perda de dinamismo da produção industrial que já vinha sendo observada desde o mês de outubro de 2020.

Neste caso, verifica-se que nove estados apresentaram quedas percentuais conforme segue: CE (-7,7); PA (-7,4); BA (-5,8); PR (-2,5); SC (-1,5); SP (-1,3); PE (-1,1); RS (-1,1) e AM (-0,9). Segundo informações da pesquisa, o estado do Ceará intensificou a queda já ocorrida no mês anterior, enquanto o Pará perdeu o avanço que havia sido conquistado nos meses de dezembro e janeiro. Já a Bahia apresentou resultados negativos pelo terceiro mês consecutivo, significando uma queda acumulada de quase 15%. Grande parte dessas unidades federativas era responsável nos meses anteriores pela reativação do setor industrial. Todavia, com a deterioração da situação da pandemia no país, fez com que muitas unidades federativas retraíssem suas atividades, especialmente em São Paulo e nos estados do sul do país. Por outro lado, apenas cinco estados apresentaram aumentos percentuais na passagem de janeiro para fevereiro de 2021. São eles: MG (7,3); ES (4,6); GO (2,0); RJ (1,9) e MG (0,5%). Exceto o estado do Rio de Janeiro – que não apresenta resultado negativo desde o mês de outubro de 2020 -, todas as demais unidades da federação tinham apresentado queda na produção no mês anterior, o que significa que contaram com base de comparação bem menor no mês atual.

Quando se compara a produção industrial do mês de fevereiro de 2021 com igual mês do ano anterior verifica-se um patamar ligeiramente positivo, porém em nível extremamente baixo, o qual revela certo grau de estagnação da produção industrial global do país. Apenas cinco das 14 unidades federativas pesquisadas apresentaram variações percentuais positivas: SC (8,1); RS (7,9); MG (5,8); SP (4,4) e PR (3,1). Segundo o IBGE, os resultados positivos em SC, RS e MG decorreram do crescimento dos setores de máquinas e equipamentos, confecções de vestuários e acessórios, metalurgia e máquinas, materiais elétricos, produtos de metal, veículos automotores e reboques e carrocerias. Já as maiores retrações ocorreram na BA (20,9); PA (11,4); ES (10,1) AM (9,9), RJ (3,9), MT (3,8), PE (1,5), CE (0,5). Segundo, o IBGE, essas quedas se devem aos resultados negativos das atividades de veículos automotores e de produtos derivados do petróleo (Bahia) e da dinâmica da indústria extrativa (Pará e Espírito Santo), enquanto no Amazonas as quedas se devem ao baixo desempenho dos setores de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

Tabela 1: Variação da produção industrial no país em distintos períodos (%)

Tabela 1

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC. *Com ajuste sazonal

Quanto ao acumulado do ano, é recomendável bastante prudência em relação a esse quesito, uma vez que se tem apenas o desempenho de dois meses, tempo que é insuficiente para aferir qualquer tendência setorial. De qualquer modo, a pesquisa do IBGE revelou que dos 15 locais pesquisados, oito deles apresentaram variações percentuais positivas, sendo que as maiores foram verificadas em SC (9,5); RS (8,4); MG (7,8), PR (7,1). Já dentre aquelas com variações percentuais negativas, destacaram-se a BA (18), AM (9,8), ES (9,3), GO (9,0) e MT (9,0).

Por fim, outro indicador relevante para se analisar o desempenho do setor industrial, sobretudo porque ele corresponde ao período integral de incidência da pandemia, diz respeito ao resultado acumulado nos últimos doze meses. No agregado do país observou-se um resultado negativo da ordem de 4,2%, percentual que repete o resultado do mês anterior e que é o menor desde o mês de abril de 2020. Esse percentual decorre dos resultados das 14 unidades da federação pesquisadas, sendo que em apenas duas delas (PA com 0,1% e PE com 3,0%) foi registrado desempenho positivo. Todas as demais unidades federativas apresentaram acumulados negativos, porém com diferenças importantes entre elas. O primeiro grupo, composto pelos estados de MG (-0,5%); SP (-5,1%); RS (-4,3%) e SC (-3,1%), reduziu bastante seus percentuais negativos. Já o segundo grupo acabou ampliado seus resultados negativos, com destaque para os casos da BA (-9,4%); ES (-14,1%); AM (-7,3%); RJ (-2,1%).

Essas informações relativas ao acumulado dos últimos meses são de extrema relevância, uma vez que permitem ter uma noção mais precisa dos impactos da pandemia sobre o desempenho da produção industrial entre março de 2020 e fevereiro de 2021, os quais não são captados completamente apenas pelas pequenas variações mensais.

O gráfico 1 apresenta o comportamento acumulado dos 28 setores que são acompanhados pela PIM Regional do IBGE entre março de 2020 e fevereiro de 2021, ou seja, durante os primeiros doze meses de incidência da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Inicialmente observa-se que do total pesquisado apenas 9 setores de atividades econômicas industriais apresentaram variações positivas no período considerado, cujo patamar variou de 0,5% (outros produtos químicos) até 3,5% (produtos alimentares), sendo que apenas o grupo “produtos de fumo” apresentou um diferencial maior, ou seja, apresentou uma variação positiva da ordem de 8,9%. De um modo geral, nota-se que a maioria desses setores que mantiveram seus níveis de produção positivos está relacionada às “atividades essenciais” que continuaram funcionando durante a pandemia, bem como aqueles relacionados aos cuidados sanitários exigidos pela Covid-19. Neste caso, destacam-se os produtos alimentícios, produtos de limpeza e produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

Dentre os 19 setores que apresentaram resultados negativos, é factível dividi-los em dois grupos. O primeiro deles, composto por 12 setores, apresentou resultados que variam entre -0,6% (produtos minerais não-metálicos) a 6,1% ( metalurgia), ou seja, que podem ser revertidos mais facilmente. Já o segundo grupo, composto por outro 7 setores, apresentou resultados que variaram entre -15,8% (produtos diversos) a -34,6% (impressão e reprodução de gravações), não deixando de se mencionar também os péssimos resultados de outros equipamentos de transporte (-31,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-27,8%) e artigos do vestuário e acessórios (-22,9%).

De um modo geral, essas fortes variações negativas afetaram o índice da indústria em geral (-4,2%) e, particularmente, o índice da indústria de transformação (-4,4%). Esses dados indicam que, tanto a indústria de bens de capital como de bens de consumo durável, tive seus desempenhos fortemente afetados pela pandemia.

Gráfico 1: Variação  % acumulada da produção física industrial do Brasil nos últimos 12 meses, segundo os setores de atividades

Gráfico 1

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

A produção industrial catarinense no mês de fevereiro de 2021

O cenário do setor industrial catarinense é bastante similar ao desempenho da indústria nacional, com alternância de fases expansivas e retrativas ao longo dos dois últimos anos, conforme ilustrado pelo Gráfico 3. Assim, vemos que ainda no ano de 2019 ocorreram variações negativas durante sete meses, mesmo que em patamares não tão expressivos como aqueles verificados no ano de 2020, quando os impactos da pandemia do coronavírus foram extremamente fortes, particularmente nos meses de março e abril de 2021. Após esses dois meses de grandes quedas, a indústria catarinense ensaiou uma recuperação por nove meses seguidos, muito embora a partir do mês de outubro de 2020 já era perceptível que as variações positivas passaram a ocorrer em um ritmo bem menos intenso. Neste cenário, o mês de fevereiro acabou tendo uma variação negativa da ordem de -1,5%. Tal acontecimento será comentado mais adiante.

Gráfico 2: Variação percentual mensal da produção física da indústria catarinense nos últimos 24 meses, com ajuste sazonal.

Gráfico 2

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

A Tabela 2 apresenta a variação da produção física do setor industrial de Santa Catarina no mês de fevereiro de 2021, considerando-se quatro bases de comparação. Inicialmente, nota-se que no mês citado em relação ao mês imediatamente anterior ocorreu uma queda de 1,5% da produção estadual, desempenho negativo que não se verificava nos últimos nove meses de recuperação após as grandes quedas verificadas nos meses de março e abril de 2020. De alguma forma, esse resultado negativo do último mês considerado revela a perda de dinamismo da produção industrial também em Santa Catarina, a qual já vinha sendo observada desde o mês de outubro de 2020, sendo que no início de 2021 esse sintoma já estava mais bem delineado.

Já na comparação de fevereiro de 2021 com o mesmo mês do ano anterior, observa-se uma variação significativa da ordem de 8,1%. Segundo o IBGE, esse aumento deriva do bom desempenho de dez dos 12 setores pesquisados, com destaque para fabricação de máquinas e equipamentos (32,1%), metalurgia (23,2%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (13,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,7%) e fabricação de produtos têxteis (13,4%). Os resultados negativos foram oriundos dos setores de produtos alimentícios (-14,3%) e de produtos de minerais não-metálicos (-7,1%).

No acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2020, notou-se uma expansão da ordem de 11%, sendo essa variação a maior registrada na série dentre os quinze locais pesquisados. Registre-se que apenas oito deles apresentaram variações positivas. Neste caso, SC foi seguida pelo RS, com 8,4%; MG, com 7,8% e PR, com 7,1%. Ou seja, ou estados da região Sul, mais SP e MG, foram responsáveis por essas variações no âmbito geral do país. Todavia, deve-se ressaltar que esse percentual bastante positivo de SC nesse comparativo não pode ser considerado como um fato dado, ou seja, que a recuperação da atividade industrial está desenhada e de forma sustentada, sobretudo se considerarmos o desempenho específico no período da pandemia.

Por fim, outro indicador relevante para se analisar o desempenho do setor industrial catarinense, sobretudo porque ele corresponde ao período integral de incidência da pandemia, diz respeito aos resultados acumulados nos últimos doze meses. Neste caso, observou-se um resultado negativo da ordem de 3,1%, percentual um pouco inferior ao resultado do mês anterior e que é o menor desde o mês de abril de 2020. Como vimos anteriormente, apenas duas das 14 unidades da federação pesquisadas registraram um desempenho positivo neste comparativo, fato que corrobora com a argumentação de que o setor industrial ainda padece dos efeitos da pandemia.

Tabela 2: Variação da produção industrial de Santa Catarina em distintos períodos (%)

Tabela 2

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC. * Com variação sazonal

Esse quadro fica mais evidente quando se considera o desempenho setorial do conjunto das atividades industriais existentes no estado, conforme é mostrado por meio do Gráfico 3. Inicialmente, nota-se que dos 12 setores pesquisados, cinco deles apresentaram variações positivos, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos (13,7%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11%). Já outros sete setores apresentaram variações negativas, destacando-se os casos da metalurgia (-9,2%), produtos minerais não-metálicos (-12,3%), artigos de vestuário e acessórios (-13,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,6%).

Gráfico 3: Variação % da produção física industrial em Santa Catarina acumulada em 12 meses, segundo os setores de atividades

Gráfico 3

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

Considerações Finais

A análise do conjunto das informações do país revelou que a indústria nacional apresenta atualmente um desempenho muito contrastante, uma vez que no mês de fevereiro de 2021 se registrou uma queda da produção agregada, fato que não ocorreria desde abril de 2020. Em grande parte, esse comportamento decorre do fato de que nove das 14 unidades da federação pesquisadas apresentaram resultados negativos no último mês de referência. Além disso, quando se considera o desempenho acumulado dos últimos doze meses, ou seja, de março de 2020 a fevereiro de 2021, verifica-se que apenas duas unidades da federação (PA e PE) apresentam resultados positivos. Todas as demais estão operando em vermelho, com destaque para o caso do Espírito Santo que superou o patamar de 14% negativo. Esses indicadores revelam a perda de dinamismo da indústria brasileira, fato que já estava em curso desde o mês de outubro de 2020.

Diante dos resultados da produção industrial regional detectados pela última PIM Regional, desenhou-se um cenário que pode ser resumido a partir de três dinâmicas distintas: algumas unidades da federação apresentaram, pela primeira vez, resultados negativos após o grande tombo geral ocorrido nos meses de março e abril de 2020;  outras unidades da federação apresentaram recuperação da produção em relação ao baixo desempenho do mês imediatamente anterior; e outro grupo de unidades federativas já vem operando em vermelho há mais tempo.

De alguma forma, esses cenários podem ser melhor obsevados quando se considera o comportamento acumulado dos 28 setores entre março de 2020 e fevereiro de 2021, ou seja, durante os primeiros doze meses de incidência da pandemia provocada pelo novo coronavírus. De uma maneira geral, observou-se que do total pesquisado apenas nove setores de atividades econômicas industriais apresentaram variações positivas no período considerado, cujo patamar variou de 0,5% (outros produtos químicos) até 3,5% (produtos alimentares), sendo que apenas o grupo “produtos de fumo” apresentou um diferencial maior, ou seja, apresentou uma variação positiva da ordem de 8,9%. Isso permite afirmar que a maioria desses setores que mantiveram seus níveis de produção positivos está relacionada às “atividades essenciais” que continuaram funcionando durante a pandemia, bem como aqueles relacionados aos cuidados sanitários exigidos pela Covid-19. Neste caso, destacam-se os produtos alimentícios, produtos de limpeza e produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

Em síntese, o conjunto dessas informações é importante para se formar uma compreensão mais global do funcionamento da indústria nacional, particularmente em termos dos problemas estruturais que estão em curso há mais de uma década no setor e que não são inteiramente captados pelos registros dos níveis da produção física pontualmente.

No âmbito de Santa Catarina observou-se que o estado vem apresentando ao longo dos dois últimos anos um cenário produtivo que alterna fases de expansão com fases retrativas. Assim, após dois meses de fortes impactos negativos (março e abril de 2020), observaram-se resultados positivos por nove meses, sendo que somente na última pesquisa (fevereiro de 2021) o estado voltou a ter resultados negativos. Porém, tal fato não pode ser considerado meramente ocasional, uma vez que ele é revelador da perda do dinamismo industrial que já vinha sendo observado desde os últimos meses do ano de 2020. De alguma forma, esse cenário é visível quando se considera o desempenho acumulado nos últimos doze meses, o qual mostra que Santa Catarina faz parte do grupo de doze unidades da federação dentre as 14 pesquisadas que ainda apresenta resultados negativos.

Mesmo assim, no início de 2021 é passível de registro o fato de que alguns desempenhos setoriais superam as expectativas, mostrando esboços de uma possível melhoria estrutural. Neste caso, menciona-se que cinco setores registraram variações bastante positivas, destacando-se os setores de máquinas e equipamentos e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, mesmo que outros continuem apresentando variações negativas, especialmente na área de metalurgia e de veículos automotores, reboques e carrocerias, considerados essenciais para auxiliar na alavancagem da competitividade industrial.

Como síntese geral, pode-se afirmar que todos os indicadores mencionados neste texto continuam inseridos num contexto de perda relativa da participação da indústria na produção, emprego e renda do país, consolidando uma fragilidade cada vez mais expressiva do setor industrial brasileiro.

REFERÊNCIA

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal da Indústria. Produção Física Regional (PIM Regional). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, fevereiro de 2021.


[1] Professor Titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais e do Programa de Pós-Graduação em Administração, ambos da UFSC. Coordenador Geral do NECAT-UFSC e Pesquisador do OPPA/CPDA/UFRRJ. Email: l.mattei@ufsc.br

[2] Graduando em Ciências Econômicas na UFSC e bolsista do NECAT. E-mail: matheusrosa.contato@outlook.com