Setor de serviços catarinense permaneceu estável em Março/25
Kauê Soares Alexandre*
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) acompanha o comportamento conjuntural do setor de serviços no país e nas 27 Unidades Federativas (UFs) ao pesquisar a receita bruta de serviços em empresas juridicamente constituídas, cujo número de pessoas ocupadas que desempenham como atividade principal um serviço não-financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação, seja igual ou superior a 20. Recentemente foi divulgada a vigésima sexta edição da pesquisa, relativa ao mês de fevereiro de 2025, após o início das alterações metodológicas que visaram captar melhor as mudanças econômicas em curso1.
A pesquisa publicada em 14 de maio apresenta os dados relativos ao desempenho do setor de serviços no terceiro mês do ano. Em sequência ao bom saldo de fevereiro, a tônica dos serviços em âmbito nacional foi de crescimento moderado do índice de volume, considerando a taxa de expansão de +0,3% com relação ao mês anterior. O setor estadual, por outro lado, arrefece o ritmo de expansão verificado nos meses anteriores, demonstrando estabilidade (-0,1%) no mesmo indicador, mantendo-se em um nível um pouco abaixo do mês anterior, porém próximo do pico da série (outubro/24). No geral, tal situação se deve a uma leve diminuição no ritmo de expansão dos setores de transportes e de informação e comunicação no estado.
Tomado o conjunto das Unidades Federativas (UFs), foram contabilizadas 12 retrações, 1 saldo nulo (Ceará) e, portanto, 14 expansões. A situação, portanto, veio a se contrabalancear em termos agregados, dado o comportamento heterogêneo nos estados. Os maiores saldos seguem a seguinte ordem: Acre (+4,3%), Mato Grosso do Sul (+3,3%), Goiás (+3,1%), Rio de Janeiro (+2,3%) e Piauí (+1,9%). No outro sentido, os saldos negativos se concentraram em: Mato Grosso (+9,2%), Rondônia (-6,6%), Amapá (-3,4%), Amazonas (-2,8%) e Pernambuco (-2,7%).
A análise do setor de serviços relativa ao mês de março mostrou que no âmbito nacional o desempenho foi positivo a despeito da situação das variáveis macroeconômicas (altos juros, pressão inflacionária, aumento no endividamento familiar, incertezas externas etc.) e do conjunto de expectativas, tanto de consumidores quanto de empresários (FGV, 2025). Nesse caso, tal desempenho foi impulsionado pelos bons resultados nos transportes, em especial o segmento logístico (armazenagem) e dos serviços prestados às famílias (alimentação e habitação), provavelmente ligados ao carnaval e atividades turísticas (IBGE, 2025). Em Santa Catarina, o já destacado saldo estável em termos mensais aparece frente a um aumento do mesmo indicador em seu saldo interanual, o qual está diretamente relacionado ao comportamento dos serviços prestados às famílias e em menor grau ao desempenho dos transportes.
O presente texto analisa o comportamento do volume de serviços no âmbito nacional no mês de março/25 para, posteriormente, fazer as mesmas análises específicas para o estado de Santa Catarina. As análises publicadas mensalmente exploram o comportamento do setor de serviços segundo as estratificações em termos territoriais (UFs) e de atividades econômicas que são definidas pela PMS/IBGE em atividades de divulgação (macrossetores) e seleção (subsetores), ambas compreendendo determinados grupos de atividades econômicas presentes na CNAE 2.0.
Setor de serviços nacional cresce moderadamente após alta de fevereiro
O Gráfico 1 apresenta um recorte temporal do volume de serviços no período entre janeiro/20, mês anterior ao início da pandemia, a março/25. Assim, no mês em tela o indicador de volume expandiu +0,3% com relação ao mês anterior para a série dessazonalizada, chegando a um patamar de 17,3% superior ao nível pré-pandemia e -0,5% abaixo do pico da série histórica registrado em outubro/24.
Considerando-se a situação setorial no mês em apreço, cabe um breve comentário sobre o comportamento dos indicadores no período recente. O início de 2024 apresentou um ritmo lento de crescimento no volume de serviços, mesmo após um relevante resultado positivo ao final de 2023. Observada a queda expressiva em maio/24, que foi, no entanto, recuperada nos meses seguintes, como resultado do crescimento na contratação de transportes. Em sequência, a partir de uma queda visualizada em agosto/24, o setor apresentou um ritmo de crescimento acelerado e atingiu o auge da série histórica em outubro/24. É quando a desaceleração do índice no último trimestre de 2024 inverte a tendência e reduz os níveis dos indicadores. Nesse sentido, o mês de março continua o movimento de crescimento do mês anterior, ainda que moderadamente.
Gráfico 1: Índice de volume de serviços com ajuste sazonal, Brasil, jan/2020-mar/2025 (jan/20=100)
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
A situação recente pode ser visualizada através da Tabela 1. Nela constam as diferentes bases de comparação utilizadas pela PMS. Inicialmente, a primeira coluna, que verifica a variação percentual do volume de serviços em relação ao mês imediatamente anterior (fevereiro/24), com ajuste sazonal, como já destacado, apresentou crescimento. Ou seja, com esse resultado, o setor mantém o ritmo, mas com menor dinamismo. Quando observado em conjunto, as observações mensais ilustram a instabilidade crônica do setor de serviços (o mesmo será visualizado para o estado), que ditou o ritmo dos últimos 12 meses, quando vários meses apresentaram resultados negativos com maior ou menor expressão, além de saldos positivos significativos em meados do ano anterior.
Por sua vez, a segunda coluna apresenta a comparação de março do corrente ano com março/24, que apresentou um saldo positivo da ordem de +1,9%. A variação confere a tendência de expansão do setor em termos interanuais, em patamar moderado. O sinal se mantém positivo desde abril/24, chegando a atingir outros saldos positivos relevantes em alguns meses, especialmente em outubro/24.
Tabela 1: Variação (%) do volume de serviços segundo diferentes bases de comparação no Brasil, abr/24-mar/25
| Mês/Mês anterior (1) | Mês/igual mês ano anterior (2) | Acumulado no ano (3) | Últimos doze meses (4) | |
| abr/24 | 0,3 | 6,1 | 3,4 | 2,5 |
| mai/24 | -0,4 | 0,8 | 2,9 | 2,1 |
| jun/24 | 1,4 | 1,8 | 2,7 | 1,9 |
| jul/24 | 0,2 | 3,9 | 2,9 | 2 |
| ago/24 | -0,4 | 1,7 | 2,7 | 2 |
| set/24 | 1,1 | 3,7 | 2,8 | 2,3 |
| out/24 | 1,2 | 6,3 | 3,2 | 2,7 |
| nov/24 | -1,3 | 2,5 | 3,1 | 2,8 |
| dez/24 | 0,1 | 2,8 | 3,1 | 3,1 |
| jan/25 | -0,5 | 1 | 1 | 2,8 |
| fev/25 | 0,9 | 4,3 | 2,6 | 2,8 |
| mar/25 | 0,3 | 1,9 | 2,4 | 3 |
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
(1) Base: mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal; (2) Base: mesmo mês no ano anterior;
(3) Base: mesmo período no ano anterior; (4) Base: período anterior de 12 meses.
A terceira coluna mostra o saldo do volume acumulado ao longo do ano corrente (jan-mar/25) em relação ao mesmo período do ano anterior (jan-mar/24). Nota- se que o resultado de +2,4% não anula a continuidade da trajetória de crescimento esperada no setor. No entanto, mesmo com a manifesta instabilidade no decorrer do ano passado, o indicador se estabilizou em um patamar superior ao verificado no início deste ano (1%).
Por fim, a quarta e última coluna apresenta o acumulado agregado dos últimos doze meses (abr/24-mar/25) com relação ao período anterior de 12 meses (abr/23-mar/24). Com esse indicador é possível acompanhar mais de perto a trajetória interanual. Nesse caso, o nível estabelecido de +3% em dezembro/24 se mantém estável.
O Gráfico 2 apresenta o comportamento do índice de volume de serviços em relação ao mês imediatamente anterior, estratificado pelas Unidades Federativas e Brasil. Segundo afirmado anteriormente, observam-se 14 expansões, sendo que as maiores expansões foram registradas nos Estados pontuados anteriormente, para além de outros, como Espírito Santo (+1,6%), Rio Grande do Norte (+1,5%) e Bahia (+1,5%). Vale pontuar que entre as expansões, Sergipe (+0,1%) e Ceará (+0,1%) podem ser considerados resultados de estabilidade. Na Região Sul, o contraste esteve apenas no saldo positivo no Paraná (+1,2%).
Gráfico 2: Variação (%) Mês/Mês imediatamente anterior do índice de volume de serviços segundo Unidades Federativas e Brasil, mar/25.
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
A Tabela 2 apresenta as variações percentuais do índice de volume de serviços, estratificado pelos cinco macrossetores e suas respectivas atividades de seleção, subsetores, compreendendo os últimos três meses para cada diferente base de comparação. Na comparação do mês atual com o mês imediatamente anterior, ajustado sazonalmente, observa-se que apenas “Informação e comunicação” teve um resultado negativo (-0,2%), advindo do subsetor de TI ou tecnologia da informação (- 3,6%), atividade que obteve ótimos saldos nos meses anteriores. O melhor saldo esteve no agrupamento “Transportes e correio” (+1,7%), puxado pelos serviços de armazenagem (+4,8%). O resultado positivo em “Prestados às famílias” (+1,5%) surge concomitantemente ao saldo de alojamento alimentação (+2,1%), enquanto o tímido resultado de “Profissionais, administrativos e complementares” (+0,6%) decorreu do aumento concentrado na contratação de técnicos-profissionais (+2,0%). As atividades restantes, como aluguéis e reparo de máquinas diversas, agrupadas no macrossetor “Outros serviços” (0%) apresentaram estabilidade.
No segundo grupo demarcado de colunas são considerados os resultados do corrente mês em relação ao mesmo mês do ano anterior (mar/25 com mar/24). Todos os agrupamentos tiveram saldos positivos, em patamares levemente superiores. O setor mais favorecido é “Informação e comunicação” (+4,6%), em sequência “Prestados às famílias” (+3,5%), sendo que neste último o resultado do agrupamento de alojamento e alimentação contrabalanceou a queda nas demais atividades do grupo. Posteriormente, “Transportes e correio” (+1,2%) e “Profissionais, administrativos e complementares” (+1,2%) continuaram em expansão, sendo que no primeiro foi visualizado expressivo aumento de nível nos transportes aéreos (+10%) devido à queda no preço das passagens. Em especial, “Outros serviços” (-2,7%) observou retração, resultado de uma situação desfavorável nas atividades auxiliares aos serviços financeiros.
Por fim, no terceiro grupo é visualizado o acumulado no ano com relação ao mesmo período no ano anterior (jan-abr/25 com jan-abr/24). O ritmo emplacado de +2,4% pode ser decomposto segundo os bons saldos nos serviços nos serviços de “Informação e comunicação” (+6,7%), com o subsetor de TI, tecnologia da informação (+13%), “Profissionais, administrativos e complementares” (+1,9%), com bons saldos nos serviços administrativos e complementares (+2,7%), “Prestados às famílias (+1,5%), puxado por alojamento e alimentação (+2,1%), e “Transportes e correio” (+1%) que observa grande expansão no segmento aéreo (+16%). No outro sentido encontra-se apenas “Outros serviços” (-1,8%), encerrando o trimestre em baixo dinamismo.
Tabela 2: Comportamento de diferentes grupos de atividades de divulgação e de seleção (subsetores) correspondentes segundo indicadores utilizados na PMS, Brasil, jan/24-mar/25
| Mês/Mês anterior (1) | Mês/Mesmo mês ano anterior (2) | Acumulado no ano (3) | ||||||||||
| jan/25 | fev/25 | mar/25 | jan/25 | fev/25 | mar/25 | jan/25 | fev/25 | mar/25 | ||||
| Total | -0,5 | 0,9 | 0,3 | 1 | 4,3 | 1,9 | 1 | 2,6 | 2,4 | |||
| Prestados às famílias | -3,3 | 0,3 | 1,5 | 1,1 | -0,2 | 3,5 | 1,1 | 0,5 | 1,5 | |||
| Alojamento e alimentação | -4 | -0,2 | 2,1 | 2 | 0,1 | 4,1 | 2 | 1,1 | 2,1 | |||
| Outros serviços prestados
às famílias |
0,5 | 1,4 | 0,1 | -4,1 | -1,5 | -0,4 | -4,1 | -2,9 | -2 | |||
| Informação e comunicação | 1,5 | 1,8 | -0,2 | 5,9 | 9,7 | 4,6 | 5,9 | 7,8 | 6,7 | |||
| Tecnologia de Informação
e Comunicação (TIC) |
1,6 | 3,4 | -2,7 | 6,9 | 10,4 | 6,9 | 8,6 | 7,4 | ||||
| Telecomunicações | -0,6 | 1,5 | -2 | 2,6 | 4 | 0,8 | 2,6 | 3,3 | 2,4 | |||
| Tecnologia da Informação (TI) | 7,2 | 5,6 | -3,6 | 11,8 | 17,9 | 9,8 | 11,8 | 14,8 | 13 | |||
| Audiovisuais, de edição e
agências de notícias |
6,9 | 0,6 | 2,5 | -1,4 | 3,9 | 0,5 | -1,4 | 1,2 | 0,9 | |||
| Profissionais, administrativos e complementares |
-1 |
1,3 |
0,6 |
0,2 |
4,3 |
1,2 |
0,2 |
2,2 |
1,9 |
|||
| Técnico-profissionais | 4,2 | 1,7 | 2 | -1 | 3,4 | -0,1 | -1 | 1,2 | 0,7 | |||
| Administrativos e complementares | 0,7 | 0,6 | 0,3 | 1 | 5 | 2,2 | 1 | 3 | 2,7 | |||
| Transportes e correio | -2 | 0,4 | 1,7 | -0,7 | 2,6 | 1,2 | -0,7 | 0,9 | 1 | |||
| Terrestre | -0,4 | 0,7 | 0,8 | -5 | -1,3 | -2,3 | -5 | -3,2 | -2,9 | |||
| Aquaviário | -1,4 | 3,2 | -1 | -0,4 | 4,6 | 9,1 | -0,4 | 2,1 | 4,4 | |||
| Aéreo | -10,5 | 3,2 | 1,6 | 10,9 | 28,7 | 10,2 | 10,9 | 19 | 16 | |||
| Armazenagem | 0,8 | -3,1 | 4,8 | 5,2 | 3,6 | 4,6 | 5,2 | 4,4 | 4,5 | |||
| Outros serviços | 2,9 | 2,5 | 0 | -3,3 | 0,5 | -2,6 | -3,3 | -1,4 | -1,8 | |||
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
(1) Base: mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal; (2) Base: mesmo mês no ano anterior;
(3) Base: mesmo período no ano anterior
Leve retração mensal gera estabilidade no volume de serviços catarinense em março/25
A evolução do índice de volume de serviços no âmbito estadual pode ser visualizada no Gráfico 3. Em um primeiro movimento, cabe ressaltar que o baixo dinamismo neste mês em Santa Catarina segue a tendência nacional de desaceleração, nesse caso em um ritmo ainda mais contido, -0,4 p. p. abaixo da média nacional. Com isso, o volume de serviços estadual mantém-se num patamar 39,5% superior ao nível pré-pandemia (janeiro/20). Para tanto, cabe a seguir um breve retrospecto do comportamento do índice de volume no período recente.
Embora a instabilidade crônica no setor presente desde o segundo semestre de 2023, a tônica do primeiro semestre de 2024 foi de aceleração. Apesar da queda de maio/24, os saldos positivos verificados a partir junho, apontaram para uma tendência consolidada de expansão, seguindo a trajetória nacional. Contudo, ao final do ano foram registradas duas quedas agudas (mais robustas que a média nacional), fazendo com que o agregado setorial retroagisse para os níveis de meio de ano.
Nesse sentido, a sequência de bons resultados positivos no início de 2025 indicava uma possível retomada moderada do crescimento no setor estadual, fato que não é anulado apesar da estabilidade neste mês, fomentando maiores incertezas do crescimento nas próximas estimativas. Todavia, deve-se destacar que tal retomada incipiente dependerá de uma melhoria no comportamento das diversas variáveis macroeconômicas incidentes no Estado, além da manutenção das expectativas, tanto de consumidores quanto de fornecedores.
Gráfico 3: Índice de volume de serviços com ajuste sazonal, Brasil e Santa Catarina, 2020-mar/2025 (jan/20=100)
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
A situação do volume de serviços segundo as diferentes bases de comparação utilizadas pelo IBGE é apresentada na Tabela 3, registrando-se que as quatro séries temporais em tela são semelhantes àquelas apresentadas na Tabela 1. Na comparação do mês atual com o mês imediatamente anterior (fev/25) o percentual atual (-0,1%) representa uma estabilidade relativa, quando considerado o ritmo elevado dos últimos meses, os saldos dos demais indicadores e com a desaceleração do setor nacional. Para além disso, é válido acrescentar que os bons saldos de início de ano aconteceram após uma queda acumulada de -5,7% entre novembro e dezembro de 2024.
Seguindo com a comparação com o mesmo mês do ano anterior (mar/24), o bom resultado (+5,4%) é evidência de um processo expansivo do setor de serviços no Estado em termos interanuais. O resultado, precisamente, é ainda inferior ao ritmo de alguns dos resultados observados ao longo da série, especialmente dos bons saldos do meio do ano passado, caso que não anula a trajetória ascendente do setor agregado.
O acumulado do ano com relação ao mesmo período no ano anterior (jan- mar/24) apresentou crescimento com relação ao mês anterior, mas ainda segue abaixo da média dos resultados dos meses precedentes, indicando um possível arrefecimento nas altas taxas de crescimento do setor em termos acumulados, mas ainda em terreno positivo.
Tabela 3: Variação (%) do volume de serviços segundo diferentes bases de comparação em Santa Catarina, abr/24-mar/25.
| Mês/Mês anterior (1) | Mês/igual mês ano anterior (2) | Acumulado no ano (3) | Últimos doze meses (4) | |
| abr/24 | 1,8 | 9,5 | 6,8 | 6,9 |
| mai/24 | -3,8 | 2 | 5,8 | 6 |
| jun/24 | 3,9 | 3,1 | 5,4 | 5,3 |
| jul/24 | 1,3 | 8,6 | 5,8 | 5,2 |
| ago/24 | -0,6 | 6,2 | 5,9 | 5,2 |
| set/24 | 1,1 | 8,5 | 6,2 | 5,8 |
| out/24 | 2,7 | 13,3 | 6,9 | 6,5 |
| nov/24 | -1,6 | 8,2 | 7 | 6,8 |
| dez/24 | -4,2 | 1,7 | 6,5 | 6,5 |
| jan/25 | 3,1 | 3,8 | 3,8 | 6 |
| fev/25 | 2,1 | 5,3 | 4,5 | 5,8 |
| mar/25 | -0,1 | 5,4 | 4,8 | 6,2 |
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
(1) Base: mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal; (2) Base: mesmo mês no ano anterior;
(3) Base: mesmo período no ano anterior; (4) Base: período anterior de 12 meses.
Por fim, no acumulado dos últimos doze meses com relação ao período anterior de doze meses o resultado acelerou para +6,2%, seguindo os níveis do meio do ano anterior. Ademais, com base nesse indicador é possível indicar a consolidação da trajetória de expansão. Os resultados, contudo, dependerão das próximas estimativas e de um possível ambiente de negócios e de demanda mais favorável nos meses posteriores.
Em termos setoriais, a Tabela 4 apresenta a estratificando a pesquisa segundo os cinco grupos de atividades de divulgação publicadas pela PMS/IBGE2. No caso da comparação do mês com mesmo mês do ano anterior o resultado agregado (+5,4%) é decomposto com os cinco agrupamentos apresentando resultados positivos, mas relativamente menores que nos meses passados. O destaque ficou mais uma vez por conta dos serviços “Prestados às famílias” (+15,8%), seguido por “Transportes e correio” (+6%) e “Profissionais, administrativos e complementares” (+4,6%). Nos dois outros grupos houve menores resultados, “Outros serviços” (+1,2%) e “Informação e comunicação” (+1,5%), sendo que este último teve um desempenho relativamente alto em fevereiro.
Tabela 4: Saldo (%) de diferentes atividades de divulgação em Santa Catarina segundo indicadores utilizados pela PMS, mar/25.
| Atividades de divulgação | Mês/Mesmo mês ano anterior (1) | Acumulado no ano (2) | Últimos doze meses (3) |
| Prestados às famílias | 15,8 | 13,3 | 8 |
| Informação e comunicação | 1,5 | 4,5 | 4,5 |
| Profissionais, administrativos e complementares | 4,6 | -5,2 | 1,3 |
| Transportes e correio | 6 | 7,2 | 9 |
| Outros serviços | 1,2 | 1,9 | 1,4 |
| Agregado do Estado | 5,4 | 4,8 | 6,2 |
Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
(1) Base: mesmo mês no ano anterior; (2) Base: mesmo período no ano anterior;
(3) Base: período anterior de 12 meses.
O acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, diferentemente, teve um setor em retração – “Profissionais, administrativos e complementares” (-5,2%) – repetindo o mesmo comportamento do mês anterior. Em seguida, observam-se resultados positivos para os grupos de atividades: “Serviços Prestados às famílias” (+13,3%); “Transporte e correio” (+7,2%); “Informação e comunicação” (+4,5%) e “Outros serviços” (+1,9%).
No acumulado dos últimos 12 meses com relação ao período anterior de 12 meses, é verificado que todos os grupos apresentaram percentuais positivos, inclusive em patamares levemente superiores aos verificados no mês anterior. O destaque, como tem sido o desempenho dos meses precedentes, ficou por conta da atividade “Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio” (+9%) e a surpresa nos “Prestados às famílias” (+8%). Os demais setores de atividade econômica abrangidos pela pesquisa, “Informação e comunicação” (+4,5%), “Outros serviços” (+1,4) e “Profissionais, administrativos e complementares” (+1,3%), ficaram relativamente acima do verificado em fevereiro. Tais informações sugerem que houve manutenção dos bons saldos e que a leve retração na primeira coluna se deve, em partes, à base de comparação elevada.
Considerações finais
Os resultados do setor de serviços no mês de março/25 fornecidos pela PMS continuam indicando a tendência de arrefecimento da trajetória de aumento dos indicadores de volume, para o caso nacional, e de retomada moderada do crescimento no estado de Santa Catarina. Em especial, dado a situação conjuntural da economia do país neste começo de ano, a pequena expansão registrada no mês no Brasil e a estabilidade em Santa Catarina (à despeito dos baixos resultados em alguns subsetores), indicam uma recuperação parcial dos resultados obtidos anteriormente, porém com as incertezas quanto ao comportamento subsetorial se avolumando.
Por outro lado, deve-se considerar que o desempenho do setor de serviços nacional seguiu uma trajetória instável no ano de 2024, com alguns saldos negativos e um conjunto de leve expansões. Com o enfraquecimento da trajetória ascendente iniciada ainda ao final de 2022, o pequeno crescimento no mês em tela recoloca a percepção de que o fôlego dos indicadores registrados entre setembro e outubro de 2024 estava se esgotando. No início do corrente ano o aumento decorreu, principalmente, do comportamento positivo dos serviços de informação e comunicação, especialmente das atividades de tecnologia da informação (TI), setores diretamente influenciados pela crescente demanda por produtos digitais, todavia com maior impacto nacionalmente, comparativamente ao caso de Santa Catarina.
Como destacado na última edição da pesquisa, o setor de serviços em Santa Catarina promove uma situação de crescimento moderado que, apesar da estabilidade, consegue se aproximar paulatinamente do auge da série histórica. Com relação à trajetória recente, as grandes retrações de final de ano revelaram uma tendência de desaceleração no setor, com as quedas se concentrando nos setores profissionais e administrativos.
Apesar do resfriamento com relação ao mês anterior, foram verificados bons saldos em algumas atividades neste mês, inclusive com avanços em termos interanuais naqueles setores mais influenciados pelos feriados de carnaval, com particular destaque para os subsetores de bares, lanchonetes, hotéis, pousadas, transportes intermunicipais, interestaduais, etc. Com isso, nota-se que em Santa Catarina continua o movimento de retomada de crescimento, ainda que tímido, dos indicadores de alguns setores, porém com uma sensível perda de dinamismo em outros subsetores, especialmente as TIC e profissionais e administrativos.
Referências bibliográficas
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Rio de Janeiro: IBGE, março de 2025.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Volume de serviços varia 0,3% em março. Agência de Notícias IBGE. Publicado em: 14/05/25. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de- noticias/releases/43381-volume-dos-servicos-varia-0-3-em-marco. Acesso em: 20/05/25.
FGV – Fundação Getúlio Vargas. Confiança de Serviços sobe 1,2 ponto em março. FGV IBRE. São Paulo. Disponível em: < https://portalibre.fgv.br/noticias/confianca-de- servicos-sobe-12-ponto-em-marco>. Acesso em: 20/05/25.
1 No início de 2023 a PMS passou por uma revisão metodológica, cujos principais pontos foram: 1) redução do tamanho da amostra, que passou para 11.124 empresas; 2) mudanças nos pesos e importâncias de determinados serviços; 3) maior estratificação, com nova tabulação, adicionando 11 subsetores; e 4) atualizações nos deflatores, para além do deslocamento do período de referência, que passa a ser o ano- base de 2022. Para mais informações, consultar: “Mattei, L. Breves notas sobre as mudanças metodológicas realizadas pelo IBGE nas pesquisas mensais. Informativo NECAT, nº 13, mar/23.
Florianópolis, 2023”.
2 Cabe notar que no caso das Unidades Federativas a PMS/IBGE não divulga as atividades de seleção estaduais, isto é, dos subsetores que compõem os grupos de atividades.





