Setor de serviços catarinense cresceu 0,5% em abril/25

30/07/2025 18:16

Kauê Soares Alexandre*

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) acompanha o comportamento conjuntural do setor de serviços no país e nas 27 Unidades Federativas (UFs) ao pesquisar a receita bruta de serviços em empresas juridicamente constituídas, cujo número de pessoas ocupadas que desempenham como atividade principal um serviço não-financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação, seja igual ou superior a 20. Recentemente foi divulgada a vigésima oitava edição da pesquisa, relativa ao mês de abril de 2025, após o início das alterações metodológicas que visaram captar melhor as mudanças econômicas em curso2.

Na sequência dos saldos relativamente positivos verificados nos meses precedentes, a tônica da pesquisa publicada em 15 de junho com relação ao mês de abril/25, relativa ao setor de serviços em âmbito nacional foi de avanço, com um saldo na casa de +0,2% no indicador de volume, com relação ao mês imediatamente anterior e livre de efeitos sazonais. O estado de Santa Catarina, seguindo a tendência, apresentou crescimento, em ritmo superior, no mesmo indicador (+0,5%), atingindo, portanto, praticamente o mesmo nível do pico da série histórica (outubro/24), sendo esse movimento consequente do avanço do setor de informação e comunicação e da manutenção de bons saldos nos transportes.

Tomado o conjunto das Unidades Federativas (UFs), foram contabilizadas 18 expansões e 9 retrações. Dado o comportamento heterogêneo em termos regionais, a situação, no agregado, se contrabalanceou. Os maiores saldos percentuais seguem a seguinte ordem: Pernambuco (+5,3%), Roraima (+3,7%), Amazonas (+3%), Mato Grosso (+2,8%) e Maranhão (+2,5%). No sentido inverso, os saldos negativos se concentraram nas seguintes unidades da federação: Acre (-4,3%), Rondônia (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,2%), Goiás (-3,2%) e Bahia (-2,4%).

No mês em questão, a situação do setor de serviços brasileiro seguiu de perto a conjuntura econômica de “moderação no crescimento” (BCB, 2025), gestada num quadro de inflação acima da meta e de elevadas taxas de juros, além do contexto internacional de incertezas amplificadas, acabando por contrabalancear a atual resiliência do mercado de trabalho e sustentando, assim, um ritmo de crescimento moderado nos indicadores, com tendência à desaceleração, segundo pesquisadores (FGV IBRE, 2025). Como no mês passado, mas ainda mais isoladamente, o setor de transportes e correios garantiu o nível de atividade nesse mês, impulsionado pelos transportes aéreos e terrestres (IBGE, 2025). Em Santa Catarina, a leve expansão supracitada segue em uma situação de crescimento interanual em patamar elevado, com bons resultados na maior parte dos subsetores, em especial dos transportes e dos serviços prestados às famílias, indicando que, a despeito das condições macroeconômicas, o setor continua resiliente em sua trajetória positiva.

O presente texto analisa o comportamento do volume de serviços no âmbito nacional no mês de abril/25 para, posteriormente, fazer as mesmas análises específicas para o estado de Santa Catarina. O trabalho em questão, de periodicidade mensal, acompanha a evolução do setor de serviços, segundo as estratificações territoriais (UFs) e por atividades econômicas (atividades de divulgação) definidas pela PMS/IBGE segundo os parâmetros adotados na CNAE 2.0.

Setor de serviços no país mantém crescimento moderado nos indicadores

O Gráfico 1 apresenta um recorte temporal do volume de serviços no período de janeiro/20, mês anterior ao início da pandemia, a março/25. Como dito anteriormente, no mês em tela o indicador de volume expandiu +0,2% com relação ao mês imediatamente anterior, livre de efeitos sazonais, chegando a um patamar de 17,6% superior ao nível pré-pandemia e -0,19% abaixo do pico da série histórica registrado em outubro/24. Considerando-se a situação setorial no mês, a seguir será feita uma breve recapitulação dos indicadores no período recente para em seguida retratar a situação dos indicadores.

O início de 2024 apresentou um ritmo lento de crescimento no volume de serviços, mesmo após um relevante resultado positivo ao final de 2023. Em seguida, foi observada uma queda expressiva em maio/24, que foi, no entanto, recuperada nos meses seguintes como resultado do crescimento na contratação de transportes. Outra queda aconteceu no mês de agosto/24, sendo que a partir dela o setor apresentou um ritmo de crescimento acelerado e atingiu o auge da série histórica no mês de outubro/24. Mas a partir daí a desaceleração do índice no último trimestre de 2024 inverte a tendência e reduz o nível do indicador ao patamar de setembro/24, acontecimento fruto da queda generalizada em diversos subsetores.

Os movimentos esboçados no primeiro trimestre deste ano, uma retração inicial em janeiro e duas expansões na sequência com ritmos mais intensos levaram a uma situação de convergência para uma tendência de crescimento moderado nos indicadores do setor de serviços nacional. Todavia, no mês em tela foi percebida uma leve desaceleração, todavia ainda em terreno positivo, tanto do ponto de vista mensal como interanual.

Gráfico 1: Índice de volume de serviços com ajuste sazonal, Brasil, jan/2020-abr/2025 (jan/20=100)

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.

Esta situação é evidenciada através da Tabela 1. Nela constam as diferentes bases de comparação utilizadas pela PMS. Inicialmente, a primeira coluna, que verifica a variação percentual do volume de serviços em relação ao mês imediatamente anterior (março/24), com ajuste sazonal apresentou leve crescimento. Ou seja, com esse resultado, o setor mantém o ritmo, mas com menor intensidade. As observações mensais ilustram a instabilidade crônica no setor de serviços ao longo dos últimos doze meses, quando vários meses apresentaram resultados negativos, ora mais, ora menos contundentes, além de significativos saldos positivos no meio do ano.

Sob outra ótica, a segunda coluna apresenta a variação de abril/25 em relação ao mesmo mês do ano anterior. Neste caso, observou-se um saldo positivo da ordem de +1,8%. A variação confere a tendência de expansão do setor em termos interanuais em patamar moderado. O sinal se mantém positivo desde abril/24, chegando a atingir alguns saldos positivos relevantes em diversos meses, em especial outubro/24 e fevereiro/25.

Tabela 1: Variação (%) do volume de serviços segundo diferentes bases de comparação no Brasil, mai/24-abr/25.

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
(1) Base: mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal; (2) Base: mesmo mês no ano anterior;
(3) Base: mesmo período no ano anterior; (4) Base: período anterior de 12 meses.

A terceira coluna mostra o saldo do volume acumulado ao longo do ano corrente (jan-abril/25) em relação ao mesmo período do ano anterior (jan-abril/24). Destaca-se que o saldo de +2,2%, mantendo o nível do mês anterior, persiste a continuidade da trajetória de crescimento esperada no setor. No entanto, mesmo com a manifesta instabilidade no decorrer do ano anterior, o indicador se estabilizou em um patamar superior ao verificado no início do corrente ano.

Por fim, a quarta e última coluna apresenta o acumulado agregado dos últimos doze meses (mai/24-abril/25) com relação ao período anterior de 12 meses (mai/23-abr/24). Com esse indicador é possível acompanhar mais de perto a trajetória interanual. Nesse caso, o nível estabelecido de +2,7% a partir de outubro/24 se manteve estável, passando por uma leve melhora no final do ano dado a base de comparação.

O Gráfico 2 apresenta o comportamento do índice de volume de serviços em relação ao mês imediatamente anterior, na série dessazonalizada, estratificado pelas Unidades Federativas e Brasil. Segundo afirmado anteriormente, observaram-se 18 saldos positivos, sendo que as maiores expansões foram registradas nos Estados pontuados anteriormente, para além de outros, como Sergipe (+1,9%), Paraíba (+1,5%) e Mato Grosso do Sul (+1,4%). Vale destacar que dentre as expansões, encontram-se diversos estados que ficaram próximos da estabilidade, além de ressaltar que os estados da região Sul apresentaram um baixo dinamismo.

Gráfico 2: Variação (%) Mês/Mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal, do índice de volume de serviços segundo Unidades Federativas e Brasil, abril/25.

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.

A Tabela 2 apresenta as variações percentuais do índice de volume de serviços, estratificado pelos cinco macrossetores, compreendendo os últimos três meses para cada diferente base de comparação. Na comparação do mês atual com o mês imediatamente anterior, ajustado sazonalmente, observa-se, curiosamente, que apenas “Transportes e correio” expandiram no mês em apreço (+0,5%), fato correlacionado com o aumento do subgrupo transportes aéreo (+10,9%), fruto da queda verificada nos custos de passagens aéreas, além do aumento nos serviços auxiliares aos transportes e armazenagem (+5,2%). Os demais agrupamentos ficaram em terreno negativo, sendo que “Outros Serviços” (-2,3%) foi o mais influente. Nos outros macrossetores notou-se o seguinte cenário: “Profissionais, administrativos e complementares” (-0,5%) apresentou retração na contratação de serviços técnico-profissionais (-1,3%); “Informação e comunicação” (-0,2%) apresentou queda nos serviços audiovisuais e de edição (-2,7%); finalmente, “Serviços Prestados às famílias” (-0,1%) apresentou queda de mesma magnitude em todos seus subgrupos, alimentação e habitação (-0,1%), etc.

Tabela 2: Comportamento de diferentes grupos de atividades de divulgação segundo indicadores utilizados na PMS, Brasil, fev/24-abr/25.

No segundo grupo de colunas são considerados os resultados do corrente mês em relação ao mesmo mês do ano anterior (abr/25 com abr/24). Todos os agrupamentos tiveram saldos positivos, em patamares levemente superiores aos meses antecedentes, com exceção de “Outros Serviços” (-5,2%), comportamento este que pode ser explicado por um baixo dinamismo nas atividades auxiliares ao subsetor financeiro ao longo do ano. O agrupamento mais expressivo foi “Informação e comunicação” (+5,8%), puxado por serviços de tecnologia da informação (+12,2%). Na sequência destaca-se o agrupamento “Serviços Prestados às famílias” (+4,8%), cujo resultado decorre do aumento no subgrupo alojamento e alimentação, que contrabalanceou a queda nas demais atividades do grupo. Posteriormente, os agrupamentos “Transportes e correio” (+1,1%) e “Profissionais, administrativos e complementares” (+0,5%) continuaram em expansão, sendo que o resultado do primeiro foi potencializado pelo expressivo aumento no subgrupo transportes aéreos (+19,2%) devido à queda dos preços das passagens.

Por fim, no terceiro grupo de colunas é visualizado o acumulado no ano com relação ao mesmo período no ano anterior (jan-abr/25 com jan-abr/24), permitindo analisar mais de perto o ritmo do setor. O saldo atual de +2,2% é explicado devido aos resultados positivos em “Informação e comunicação” (+6,5%), que segue uma trajetória destacadamente, em patamares elevados desde o início de 2024. Tal comportamento é explicado diretamente pelo desempenho do subsetor de TI, tecnologia da informação (+12,8%). Já o agrupamento “Serviços Prestados às famílias” (+2,4%), foi puxado por alojamento e alimentação (+3,2%) mesmo com a perda de fôlego das atividades subjacentes ao setor. O desempenho positivo do agrupamento “Profissionais, administrativos e complementares” (+1,6%) diz respeito aos saldos positivos nos serviços administrativos e complementares (+2,6%). Já o resultado positivo do agrupamento “Transportes e correio” (+1%) decorre da elevada taxa de expansão no segmento aéreo de +16,9%, levemente superior ao mês passado. Com resultados negativos destacou-se apenas o agrupamento “Outros serviços” (-1,8%).

Setor de serviços catarinense apresentou leve expansão em abril/25

A evolução do índice de volume de serviços no âmbito estadual é mostra por meio do Gráfico 3. Inicialmente, cabe observar que o avanço de +0,3 pontos percentuais é levemente superior à média nacional. Com isso, o volume de serviços estadual chegou a um nível 40,5% superior ao nível pré-pandemia (janeiro/20) e apenas -0,15% abaixo do pico da série, registrado no mês de outubro/24. Para melhor compreender o cenário atual faz-se um breve retrospecto do comportamento do índice de volume de serviços estadual nos anos recentes.

Embora a instabilidade crônica no setor, percebida desde o segundo semestre de 2023, a tônica do primeiro semestre de 2024 foi de aceleração nos indicadores mensais e consolidação do nível elevado de atividade. Com uma queda verificada em maio/24, os saldos mensais positivos verificados a partir junho daquele ano apontaram para uma tendência consolidada de expansão, seguindo a trajetória nacional. Contudo, ao final do referido ano foram registradas duas quedas expressivas, inclusive acima da média nacional, de tal forma que o agregado setorial retroagiu para os níveis de volume observados no meio do ano.

Gráfico 3: Índice de volume de serviços com ajuste sazonal, Brasil e Santa Catarina, 2020-abr/2025 (jan/20=100).

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.

No início do ano de 2025 foram registrados resultados mensais positivos que indicam uma possível retomada, ainda que moderada, do crescimento do setor no estado. Todavia, é importante destacar que as últimas observações apresentaram sinais de arrefecimento, indicando maiores incertezas sobre o crescimento nas próximas estimativas.

A situação do volume de serviços segundo as diferentes bases de comparação utilizadas pelo IBGE é apresentada na Tabela 3, registrando-se que as quatro séries temporais em tela são semelhantes àquelas apresentadas na Tabela 1. Na comparação do mês atual com o mês imediatamente anterior (mar/25) o percentual atual (+0,5%) retoma o crescimento, mas quando considerado o ritmo elevado dos últimos meses se percebe que os resultados foram inferiores. Além disso, é válido acrescentar que os bons saldos de início de ano aconteceram após uma queda acumulada de -5,7% entre os meses de novembro e dezembro de 2024.

Seguindo com a comparação com o mesmo mês do ano anterior (mar/24), verifica-se que o saldo de +5,2% é mais uma evidência de um processo expansivo do setor de serviços no Estado em termos interanuais, muito superior à média nacional. O resultado, precisamente, é ainda inferior ao ritmo de alguns dos resultados observados ao longo da série, especialmente dos bons saldos do meio do ano passado, caso que não anula a trajetória ascendente do setor catarinense em termos agregados.

Tabela 3: Variação (%) do volume de serviços segundo diferentes bases de comparação em Santa Catarina, mai/24-abr/25.

Fonte: PMS/IBGE. Elaboração: NECAT/UFSC.
(1) Base: mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal; (2) Base: mesmo mês no ano anterior;
(3) Base: mesmo período no ano anterior; (4) Base: período anterior de 12 meses.

O acumulado do ano com relação ao mesmo período no ano anterior (jan-abr/24) apresentou crescimento com relação ao mês anterior, mas ainda segue abaixo da média dos resultados dos meses precedentes, indicando um possível arrefecimento nas altas taxas de crescimento do setor em termos acumulados.

Por fim, no acumulado dos últimos doze meses com relação ao período anterior de doze meses o resultado retornou para +5,9%, seguindo os níveis do meio do ano anterior. Ademais, com base nesse indicador é possível auferir a consolidação da trajetória de expansão. A verificação da sustentação do crescimento, contudo, dependerá das próximas estimativas e de um possível ambiente de negócios e de demanda mais favorável e menos incerto nos meses em sequência.

Setorialmente, a Tabela 4 apresenta a estratificação da pesquisa segundo os cinco grupos de atividades de divulgação publicadas pela PMS/IBGE3. No caso da comparação do mês com mesmo mês do ano anterior o resultado agregado (+5,2%) é decomposto com quatro agrupamentos apresentando resultados positivos e uma retração. Destaca-se o avanço ainda que em ritmo inferior ao mês passado dos “Serviços prestados às famílias” (+6,6%), seguido por “Transportes e correio” (+6,4%), “Profissionais, administrativos e complementares” (+4,2%) e “Informação e comunicação” (+4,1%). Negativamente, por outro lado, tem-se “Outros serviços” (-0,9%).

Tabela 4: Saldo (%) de diferentes atividades de divulgação em Santa Catarina segundo indicadores utilizados pela PMS, abr/25.

O acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior apresentou o agrupamento “Profissionais, administrativos e complementares” em retração (-2,9%) em um patamar levemente superior ao do mês anterior. Na sequência se observam resultados positivos para os grupos de atividades: “Serviços Prestados às famílias” (+11,9%); “Transporte e correio” (+7%); “Informação e comunicação” (+4,4%) e “Outros serviços” (+1,2%).

No acumulado dos últimos 12 meses com relação ao período anterior de 12 meses, é verificado que todos os grupos apresentaram percentuais positivos. O destaque, como também ocorreu nos meses precedentes, ficou por conta da atividade “Transportes, serviços e correio” (+8,3%), seguido por “Serviços Prestados às famílias” (+8,2%). Os demais setores de atividade econômica abrangidos pela pesquisa, “Informação e comunicação” (+4,4%), “Profissionais, administrativos e complementares” (+1,5%), e “Outros serviços” (+0,8%), ficaram em níveis normais a março.

Considerações finais

Os resultados explicitados pela PMS no mês em tela sinalizam certo enfraquecimento do ritmo de serviços contratados, tanto para o caso nacional quanto para o estado de Santa Catarina, a despeito do melhor saldo positivo verificado na unidade da federação. As informações analisadas, quando somadas ao conjunto de perspectivas sobre a situação conjuntural da economia do país (pressão inflacionária, altos juros, mercado de trabalho aquecido e etc.) indicam que a moderação verificada no primeiro mês do segundo trimestre de 2025 reflete uma trajetória de ligeira estabilidade comparativamente aos resultados ascendentes registrados nos primeiros meses do ano.

Além disso, deve-se considerar que o setor de serviços do país apresentou uma trajetória bastante instável no ano de 2024, com alguns saldos negativos e um conjunto de leve expansões. Considerando esse aspecto, ressalta-se que o relativo dinamismo do agrupamento de serviços primeiro trimestre de 2025 não anula a possibilidade de que o fôlego dos indicadores entre os meses de setembro e outubro de 2024 se esgotava. Como abordado anteriormente, o subgrupo que melhor contribuiu para a manutenção do nível de atividade do setor de serviços no país foi o de transportes, em especial da situação favorável dos transportes aéreos decorrente de uma queda da ordem de -10% nos preços das passagens em abril.

Nesse mesmo sentido, e como abordado nas últimas edições, o setor de serviços em Santa Catarina continua em uma situação de crescimento mensal leve ou moderado, sustentado pelos macrossetores de serviços prestados às famílias e de transportes. Dado o grande salto no final do terceiro trimestre de 2024, que elevou o nível do indicador agregado de volume a um patamar elevado, a despeito da desaceleração verificada no último trimestre, as variações configuram-se como manutenções desse mesmo nível. Entretanto, à medida que o indicador se aproximou do pico da série histórica (outubro/24), as variações vem se mostrando cada vez menores, indicando uma desaceleração em curso, muito provavelmente ligados ao aperto monetário em curso no cenário macroeconômico do país.

Ainda sobre Santa Catarina é necessário afirmar que a manutenção do crescimento dependerá, em primeira instância, da melhoria nas variáveis
macroeconômicas do país que incidem no estado. Tal situação poderá impactar diretamente o comportamento do PIB estadual, dado o grande peso do setor de serviços na composição desse indicador também no estado catarinense.


2 No início de 2023 a PMS passou por uma revisão metodológica, cujos principais pontos foram: 1) redução do tamanho da amostra, que passou para 11.124 empresas; 2) mudanças nos pesos e importâncias de determinados serviços; 3) maior estratificação, com nova tabulação, adicionando 11 subsetores; e 4) atualizações nos deflatores, para além do deslocamento do período de referência, que passa a ser o ano-base de 2022. Para mais informações, consultar: “Mattei, L. Breves notas sobre as mudanças metodológicas realizadas pelo IBGE nas pesquisas mensais. Informativo NECAT, no 13, mar/23. Florianópolis, 2023”.

3 Cabe notar que no caso das Unidades Federativas a PMS/IBGE não divulga de forma agregada as atividades de seleção estaduais, isto é, dos subsetores que compõem os grupos de atividades, não permitindo, nas fronteiras deste texto, maiores inferências acerca do comportamento subsetorial.

 

Referências Bibliográficas

BCB – Banco Central do Brasil. Ata da 271a Reunião do COPOM – Comite de Política Monetária: 17 e 18 de junho/25. Brasília: BCB, junho de 2025. Disponível aqui. Acesso em: 20/06/25

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Rio de Janeiro: IBGE, abril de 2025.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Volume de serviços varia 0,2% em abril. Agência de Notícias IBGE. Publicado em: 13/06/25. Disponível aqui. Acesso em: 20/06/25.

FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia. Boletim Macro, junho de 2025, no 167. Rio de Janeiro: FGV-RJ. Disponível aqui. Acesso em: 20/06/25.