Destaque para Santa Catarina na recuperação do setor de serviços: estado cresce 3,7% entre outubro e novembro enquanto o Brasil expande 2,4%

11/02/2022 10:41

Por: Andrey Ide[1]

Desempenho do setor de serviços brasileiro em novembro de 2021

Voltando a mostrar fôlego e contrariando a trajetória descendente registrada em setembro (-0,68%) e outubro (-1,6%), o setor de serviços brasileiro volta a crescer em novembro (2,4%), recuperando as perdas dos dois meses anteriores. Considerando o início de fevereiro de 2020 como base, o volume negociado do setor está 4,5% acima do patamar anterior a pandemia de Covid-19.

Analisando o ano de 2021 o setor indica recuperação. O resultado de novembro é a oitava taxa positiva da série com ajuste sazonal no confronto mês a mês – apenas em março, setembro e outubro houveram decréscimos. E se a ótica de observação for a taxa acumulada nos últimos doze meses, o crescimento de novembro (9,5%) é o mais intenso da série histórica iniciada em 2012 – vide Tabela 1. É o que mostra a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMS-IBGE) em janeiro.

Este resultado é impulsionado pelas altas dos subsetores de serviços de informação e comunicação (5,4%), serviços prestados às famílias (2,8%), transportes (1,8%) e outros serviços (2,9%). Vale ressaltar que este é o oitavo avanço consecutivo do setor de serviços prestados às famílias, acumulando 60,4% de crescimento nestes oito meses, mas ainda operando em níveis abaixo do período anterior à pandemia. Portanto, apenas os serviços profissionais, administrativos e complementares apresentaram um decréscimo de – 0,3% em novembro, o quarto déficit ininterrupto.

Pode-se observar na Tabela 1 que novembro de 2021 cresce 10% no confronto com novembro de 2020. Tal crescimento advém dos bons resultados de transportes e correio (13,3%) e dos serviços de informação e comunicação (11,4%). Estes, por sua vez, foram estimulados pelo aumento das receitas dos transportes rodoviário tanto de cargas como de passageiros, os transportes aéreos de passageiros, as atividades de navegação, de apoio e agenciamento marítimo e portuário, os crescimentos das empresas de consultoria em tecnologia da informação, de telecomunicações, de serviços de tratamento de dados e hospedagem na internet, entre outros. Mais precisamente, 69,3% dos 166 serviços pesquisados pelo IBGE cresceram. Claro, apesar de ser o nono acréscimo seguido em relação ao mesmo mês do ano anterior, a base de comparação (2020) é fraca tais resultados refletem de um período atípico – vide Gráfico 1.

Analisando o volume total embasado pelo número índice de base fixa em 2018, o setor de serviços brasileiro atingiu o seu pico em novembro de 2021 (106,71), superando o pico anterior da série em agosto de 2021 (106,60).

Visualizando separadamente, os serviços prestados às famílias seguem em reta ascendente. O número índice de novembro (92,76) melhorou 2,53 p.p. em relação a outubro (90,23); já são oito meses de alta ininterruptos, mas ainda 12,41 p.p. abaixo do nível de fevereiro de 2020 (105,17). Neste sentido, também não se recuperaram os serviços profissionais, administrativos e complementares. Em outubro atingiu 94,74 p.p e agora em novembro caiu alguns décimos, 94,49 p.p. Esta série de serviços continua o sobe e desce gráfico – tendência já observada desde janeiro de 2018. Contudo logo após o seu pior desempenho em maio de 2020 (83,35), consecutivos meses de recuperação se sucederam, interrompidos pelo bimestre de março (95,10) e abril (94,98) de 2021 e também pelo último trimestre: agosto (97,67), setembro (96,70) e outubro (94,98), todos abaixo dos níveis vistos em fevereiro de 2020 (98,65).

Inversamente os setores de “transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio” e o de “serviços de informação e comunicação” já estão recuperados da pandemia. Este último apresenta uma alta extraordinária de outubro (112,37) para novembro (118,39), alta de 6,02 p.p. E aquele primeiro cresceu também alcançando 107,59 em novembro – um acréscimo de 1,93 p.p em relação a outubro.

Já o volume de “outros serviços” segue uma trajetória mais específica. Entre altas e quedas, tendo como base fevereiro de 2020 (116,06), o setor já havia mostrado recuperação em dezembro de 2020 (123,72) e queda brusca no mês seguinte (111,19); logo se recupera até chegar em seu pico em agosto de 2021 (125,79) e novamente queda brusca em outubro de 2021 (109,98). Agora em novembro volta a subir (113,14), mas ainda abaixo do patamar pré-pandemia.

Gráfico 1: Índice do volume de serviços, Brasil (2018=100, com ajuste sazonal)

G1

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

Em relação aos índices do mesmo mês comparados com 2020, apenas janeiro (-5%) e fevereiro (-1,8%) pois nesses dois primeiros meses de 2020 ainda não havia nenhuma medida de restrição em relação a pandemia. Note que os próximos meses são de saltos positivos. Já em março, quando a economia brasileira começa a ser afetada por um ciclo de queda que se retroalimenta, todos os saldos são positivos. Note que entre abril e junho todas as variações percentuais estão acima da casa dos 20%. Note também no Gráfico 1 que estes são os meses que o setor de serviços enfrenta uma brusca queda. Ou seja, houve sim uma recuperação geral em 2021, mas em subsetores como o de serviços prestados às famílias e o de serviços profissionais, administrativos e complementares, tal recuperação não foi substantiva para voltar a elevar estes setores ao patamar de fevereiro de 2020: eles ainda operam abaixo do nível pré-pandemia. Já no caso de outros serviços, houve uma recuperação, com altas e quedas subsequentes, mas agora o subsetor encontra-se abaixo do nível de fevereiro de 2020.

Tabela 1: Variação (%) do volume de serviços no Brasil em diversos períodos

T1

Somadas as quedas registradas no último bimestre, setembro/outubro, atinge-se uma retração de -2,2%, compensada agora em novembro pelo crescimento de 2,4%. O fôlego também pode ser explicado pelos superávits dos serviços prestados às famílias (2,8%), dos serviços de informação e comunicação (5,4%), dos serviços de transportes e correio (1,8%) e outros serviços (2,9%).

No confronto com novembro de ano anterior, apenas outros serviços (-4,5%) retraíram em 2021. Os serviços prestados as famílias crescem impressionantes 21%. E aqui o termo “impressionantes” é válido visto que em novembro de 2020 o setor de serviços como um todo já esboçava recuperação.

Como supracitado, os setores de informação e comunicação e transportes e correio também foram responsáveis por este crescimento, mas com a aproximação do período cujo muitos trabalhadores estão em férias, os hotéis, restaurantes e serviços de bufê contribuíram para a taxa de crescimento de 21%. Além disso os serviços de engenharia locação de automóveis, atividades de cobranças e informações cadastrais, gestão de ativos intangíveis não financeiros, organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções e agências de viagens contribuem para o crescimento de 4,6% do subsetor de serviços profissionais, administrativos e complementares na comparação com 2020.

Já o setor de outros serviços (-4,5%) obteve uma receitar menor das empresas de recuperação de materiais plásticos, de atividades de pós-colheita e de administração de bolsas e mercados de balcão organizados.

No acumulado do ano, novamente os serviços prestados às famílias seguem “puxando” o crescimento com alta de 17,8%. Note também que logo após, os serviços de transportes e correio (15,1%) e os de informação e comunicação (9,4%) geralmente estão em segundo e terceiro lugar no acumulado do ano. Estes subsetores são os que já se recuperaram e continuam crescendo após fevereiro de 2020; são os setores que, como percebido pela mudança na dinâmica dos canais de consumo e da demanda por transportes e correios, saíram ganhando. Hoje compra-se muito mais online, desde as microempresas aos grandes conglomerados a adaptação às novas exigências sanitárias, a reformulação dos canais de compras, o atendimento ao cliente por redes sociais, aplicativos de mensagens, a automatização do atendimento por chatboots, a diminuição ainda mais drástica dos custos operacionais, fizeram com que estes subsetores crescessem. Estas adaptações acontecem face a uma inflação paulatinamente crescente, principalmente dos combustíveis que interferem nos serviços de transportes e correios; ainda assim este setor cresce. A necessidade e incessante busca por serviços de tecnologia da informação e comunicação que contribui para a redução de custos fixos empresariais pode fornecer uma ideia do por que ainda há crescimento em meio à crise econômica que o Brasil enfrenta. Diga-se de passagem, não apenas econômica; mais generalizado do que apenas econômica.

No acumulado dos últimos doze meses, quase a mesma lógica: os serviços de transporte e correios (13,5%) lideram o crescimento, logo após os serviços prestados às famílias (11,9%) e na sequência os de informação e comunicação (8,7%).

Tabela 2: Evolução do volume de serviços no mês de novembro, segundo grupos de atividades no Brasil

T2

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

Mesmo com o anúncio da nova variante Ômicron, os meses de outubro e novembro seguiram com um número relativamente baixo de casos e fatalidades, novas restrições não foram colocadas em prática, deixando livres os meses de alto consumo das famílias: dezembro e janeiro. A expansão do consumo esperada confirmou-se neste subsetor, ao menos em novembro. Seguirão sendo acompanhados os dois próximos meses.

Considerando características regionais, nos resultados da Tabela 3, percebe-se que na evolução mês a mês, quase todos os estados da região norte mostram retração:  Rondônia (-1,6%), Acre (-3,3%), Amazonas (-2,2%), Roraima (-1,0%), Amapá (-0,3%) e Tocantins (-0,3%). No Nordeste apenas Alagoas (-0,9%) e Bahia (-0,3%) registraram queda. No Sudeste caiu o volume de serviços no Espírito Santo (-0,2%) e no Centro-Oeste, Goiás (-0,2%) o Mato Grosso do Sul, a maior queda de novembro com -4,0%. A única região com resultados exclusivamente superavitários foi a região Sul, com destaque para Santa Catarina impressionantes 3,7%; um valor percentualmente muito próximo do melhor resultado do país: São Paulo (4,0%).

Na comparação com novembro de 2020, Acre (-0,5%), Bahia (-0,3%) e o Piauí (-0,3%) pontuaram negativamente. O Piauí segue em queda, na comparação com outubro de 2020 houve decréscimo de -2,8%. As contribuições mais impactantes de crescimento procedem de São Paulo (11,9%), Rio de Janeiro (6,1%), Minas Gerais (7,7%), Santa Catarina (11,5%), Paraná (10,7%) e Rio Grande do Sul (9,7%). No acumulado anual Santa Catarina cresceu 14,9%, a maior taxa percentual da região sul. Já na região sudeste, a maior taxa foi a de Minas Gerais (14,3%). Na região norte foi Roraima (21,5%), na região nordeste foi Alagoas (18,6%) e no centro-oeste foi Goiás (13,2%). Claro, que em relação aos números absolutos, São Paulo (11,3%) e Rio de Janeiro (7,8%) geralmente contribuem com pesos maiores devido ao tamanho e o dinamismo de suas economias. Já no acumulado de doze meses Santa Catarina se supera em relação a outubro quando marcou 13,4% de superávit; agora em novembro alcança 14% de crescimento. Roraima segue com percentuais altos (19,2%) perto dos 20%. São Paulo (9,8%), Rio de Janeiro (6,4%) e Minas Gerais (13,1%) seguem estáveis. Rio Grande do Sul (10%) e Paraná (7,4%) também seguem desempenhando bem.

Tabela 3: Variação (%) do volume de serviços entre os estados brasileiros no mês de novembro de 2021

T3

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

O desempenho do setor de serviços de Santa Catarina em novembro

O mês de novembro foi de destaque para Santa Catarina. Como observável na Tabela 4, as empresas de serviços catarinenses negociaram 3,7% a mais em relação a outubro. No Gráfico 2, onde encontra-se a variação do volume mensurada pelo número índice, vê-se um salto de 4,25 p.p. de outubro (114,56) para novembro (118,81). Após um bimestre de estagnação e queda durante setembro (117,35) e outubro (114,56), o salto de novembro leva ao pico de crescimento do setor no estado desde o início da série em janeiro de 2018. Este pico em novembro está 15,78 p.p. acima do patamar anterior às medidas de restrição instauradas após fevereiro de 2020 quando o índice marcava 103,03.

Entre diversas altas e quedas, a curva do volume de serviços de Santa Catarina cresce desde abril de 2020, o pior resultado da série: 84,71. E cresce em ritmo consistente apesar das quedas pois, quando uma queda ela ainda assim está em níveis acima da queda anterior. É certo que nos cinco meses anteriores a novembro de 2021 o cenário tem sido de estagnação e quedas, mas novembro mostra expressiva recuperação e gera expectativa para os dois meses seguintes quando a demanda por serviços aumenta vertiginosamente em razão da sazonalidade do fim de ano e sequente início de 2022.

Gráfico 2: Índice do volume de serviços, Santa Catarina (2018=100, com ajuste sazonal)

G2

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

Chegando próximo ao fim de 2021 é possível verificar os movimentos e tendências revisados pelo IBGE. Analisando a variação mês a mês, houveram 6 meses de crescimento, 4 meses de queda e setembro foi um mês de estagnação. Percentualmente, houveram mais taxas de crescimento.

Já na comparação com o mesmo mês no ano anterior, todos os resultados foram positivos. Tudo bem que a base de comparação (2020) é fraca, mas um olhar atento à curva do Gráfico 1, vê-se que em setembro de 2020 o setor já estava recuperado em Santa Catarina; pontuava acima de fevereiro de 2020 (103,03) alcançando 105,46 no número índice do volume de serviços. O mesmo ocorreu para outubro (114,56) e novembro (118,81).

Atente-se ao fato também de que os maiores crescimentos nos valores acumulados no ano estão entre maio e agosto, variações percentuais de 17,1% e 17,2%. Claro, a base de comparação em 2020 advém de um período de recuperação. Mas no trimestre seguinte, entre setembro, outubro e novembro, os desempenhos foram também altos: 16,6%, 15,3% e 14,9% respectivamente.

Se considerado o acumulado dos últimos dozes meses, o crescimento de 14% também reflete o bom desempenho do setor ao longo da trajetória de recuperação. Isso de forma global, pois nem todos os subsetores de serviços seguem um caminho de recuperação paulatina.

Tabela 4: Variação (%) do volume de serviços de Santa Catarina em diversos períodos

T4

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

Visivelmente o mês de novembro (3,7%) só não apresentou um crescimento mensal superior ao de fevereiro (4,1%). Apesar do saldo positivo e do cenário de recuperação, considerando apenas a variação mensal no ano de 2021, as quedas não são preocupantes por não representarem uma retração drástica como no início da pandemia. Quando caem, os valores globais do setor ainda assim estão acima do nível pré-pandêmico. Quando caem, nunca caem bruscamente, nem abaixo das quedas anteriores.

No comparativo mês a mês com as demais unidades federativas da região sul, Santa Catarina também se recupera e apresenta o melhor resultado de novembro, bem como o melhor resultado trimestral. Na Tabela 5, julgando apenas o mês de novembro, o crescimento percentual catarinense (3,7%) é quase o mesmo se somados Rio Grande do Sul (1,7%) e Paraná (2,1%). Após dois meses de retração e estagnação a região sul volta a crescer. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o melhor resultado também é o catarinense, 11,5% frente a 10,7% do Paraná e 9,7% do Rio Grande do Sul.

Também no que concerne os indicadores de variação acumulada do volume de serviços, Santa Catarina segue sendo destaque. No acumulado do ano houve um crescimento de 14,9% até novembro, bem acima dos percentuais paranaense (8,5%) e gaúcho (12%). Já no acumulado dos últimos 12 meses o estado marca crescimento de 14% enquanto o Rio Grande do Sul cresce 10% e o Paraná 7,4% até novembro. Note também que todos os resultados do último trimestre de Santa Catarina estão acima do nível do país. Mesmo em período de estagnação ou queda, o estado desempenha melhor do que a média nacional à exceção de outubro.

Tabela 5: Comparação da variação (%) do volume de serviços na região sul e no Brasil

T5

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

Na Tabela 6 encontra-se uma análise do desempenho de cada subsetor de serviços catarinense. Na comparação com novembro de 2020 apenas “serviços profissionais administrativos e complementares” obtiveram performance negativa de -14,7%. Esse subsetor tem mostrado estagnação e desempenhos negativos nos últimos meses. Já os “serviços da informação e comunicação” cresceram 26,8%, enquanto outros serviços cresceram 16% e os serviços prestados às famílias cresceu 12,9%. No total, o estado cresceu 11,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.

A tendência de queda não se confirmou pois apesar de sucessivos resultados declinantes em agosto (17,2%), setembro (11,9%) e outubro (5,5%), em novembro houve recuperação de 11,5% no em Santa Catarina.

No acumulado do ano, o estado acumula 14,9% de crescimento até novembro. Todas os subsetores cresceram e a força mais pujante veio dos “transportes, serviços auxiliares ao transporte e correio” (18,4%); enquanto a menos expressiva foi a dos “serviços profissionais, administrativos e complementares” (11,9%).

Já no acumulado dos últimos doze meses novamente os transportes e correio se destacam acumulando 17,7% de crescimento, enquanto os serviços prestados às famílias acumulam 7,3% de crescimento no mesmo período.

Tabela 6: Variação (%) do volume das atividades de serviços em Santa Catarina entre setembro e novembro de 2021

T6

Fonte: PMS-IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

De maneira geral, o mês de novembro apresentou desempenhos mais satisfatórios nas três comparações para os cinco subsetores. Mais satisfatórios que outubro, claro, e não necessariamente tão bons quanto o mês de setembro. Mais uma vez vale ressaltar que os serviços relacionados à tecnologia e transportes são os que mais cresceram no curto prazo em Santa Catarina e os que de fato se recuperaram dos índices pré-pandêmicos sem apresentarem retrações expressivas. Os outros três subsetores ainda patinam e não conseguiram sustentar um crescimento sólido e vertiginoso.

Considerações Finais

O que pôde ser visto tanto em Santa Catarina quanto no Brasil em 2021 é a rápida digitalização dos negócios e das empresas, fenômeno que já vinha sendo acompanhado com a tendência de transformação das plataformas onde se transacionam muitos dos serviços. O mundo “online” cresceu como nunca antes durante o período da pandemia e esta tendência não é passageira. Com tais resultados o volume de serviços ficou situado 4,5% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). O bom resultado de novembro trouxe o setor para muito próximo do recorde histórico de novembro de 2014.

Já os serviços profissionais, administrativos e complementares fornecem uma ideia de que os trabalhos presenciais estão apenas encolhendo no curto prazo. Todos os tipos de atividade que requerem a presença física do trabalhador vem sendo afetados negativamente: atividades jurídicas, arquitetônicas, de engenharia, publicidade, de gestão empresarial, auditoria, contabilidade, consultoria, pesquisa de mercado, testes e análises técnicas, design e decoração de interiores, fotografia, aluguéis de imóveis, de objetos, de máquinas, gestão de ativos, serviços de mão-de-obra na construção, serviços de limpeza, investigação, de segurança, de transporte de valores, serviços de agências de viagens, de operadores turísticos, telemarketing, recursos humanos, entre outras.

A vacinação contra a Covid-19 e as inúmeras tentativas de reabertura econômica contribuíram para os bons índices vistos neste mês, mas os riscos da variante ômicron, a consequente explosão recente do número de internados em UTI, os juros cada vez mais altos, bem como a inflação e a falta de empregos e de renda são preocupantes. Alguns comércios deixaram de abrir as portas por não possuírem funcionários saudáveis suficientes para atender o público.

Setembro e outubro foram meses de estagnação e queda. Apesar disso, o saldo do setor de serviços no ano de 2021 permanece positivo, como mostra a trajetória do índice vistas nos gráficos 1 e 2. E se considerarmos o acumulado anual, o Brasil segue com superávit de 10,9% e Santa Catarina com 14,9%.

O alerta feito na pesquisa anterior, devido às altas e baixas sucessivas só mostra que a recuperação ainda não é vigorosa e apenas ascendente, mas o mês de novembro mostra que ela existe e que está em um dos melhores patamares de 2021. Segundo o índice de difusão de novembro de 2021 (PMS-IBGE), houve uma expansão generalizada no setor de serviços. Este espalhamento refletiu-se no aumento do volume em 115 dos 166 serviços investigados, quase 70% do total. Resultado muito bom para a maioria das atividades que envolvem o volume de serviços no Brasil e em Santa Catarina.

Referências Bibliográficas

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Serviços. (PMS). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, setembro de 2021.


[1] Graduando em Ciências Econômicas na UFSC, bolsista do NECAT, Internacionalista. Email: ide.andrey@gmail.com