Em rota de desaceleração, produção industrial catarinense terminou o ano de 2022 no negativo

06/04/2023 16:05

Matheus Souza da Rosa*

A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF/IBGE) publicada em fevereiro/23 encerrou a divulgação dos resultados relativos aos doze meses de 2022. Como tônica, os dados apresentados caracterizaram a manutenção do cenário de estagnação que marcou a quase totalidade dos meses do corrente ano, tanto em nível nacional como estadual. Assim, na série mensal em relação ao mês imediatamente anterior, o resultado nacional foi de 0,0%, enquanto o indicador para Santa Catarina registrou a leve expansão de 0,7%. Em ambos os casos houve retração no encerramento do acumulado anual, sendo o saldo para o Brasil de -0,7% e para Santa Catarina de -4,3%.

Regionalmente, a maioria dos resultados foi expansiva pela perspectiva da variação mês a mês. Entre as 14 Unidades da Federação (UFs) pesquisadas, houve nove expansões, destacando-se as registradas em Mato Grosso (5,8%), Amazonas (5,6%), Ceará (4,3%) e Paraná (3,9%). Negativamente despontaram os resultados no Espírito Santo (-6,8%), Minas Gerais (-4,9%), Goiás (-3,7%) e São Paulo (-1,2%), sendo esse último especialmente relevante para o resultado de estagnação aferido nacionalmente, dada a sua elevada participação relativa no agregado do parque industrial brasileiro.

Em síntese, pesaram para os acumulados negativos registrados pela ótica anual a elevação e manutenção das taxas de juros em patamares elevados na maior parte do ano, a corrosão do poder de compra da população devido à inflação e ao encarecimento do crédito e a escalada dos preços de produtores de ramos de atividades estritamente relacionadas à atividade industrial. Nem mesmo as medidas anticíclicas adotadas, como a liberação extraordinária do saldo do FGTS e o aumento dos repasses do Auxílio Brasil puderam contrapor os fatores recessivos, de modo que o desempenho da produção física acompanhou, em larga medida, o ritmo de crescimento deprimido que marcou a atividade econômica em geral (IEDI, 2023).

No texto que segue são analisados os resultados da PIM-PF/IBGE referentes a dezembro de 2022, destacando-se as particularidades para o Brasil e para Santa Catarina em nível agregado e desagregado por categorias de uso da indústria e pelos setores de atividades da CNAE 2.0. Pretende-se, além disso, lançar luz sobre as principais tendências desempenhadas ao longo de 2022.

Produção física industrial do Brasil estagnada em dezembro de 2022

A trajetória do índice de produção física industrial do Brasil nos últimos dois anos consta no Gráfico 1. De início, o período se caracteriza pelas bruscas variações decorrentes dos impactos da pandemia da Covid-19 na atividade econômica, sendo as retrações de março e abril de 2020 representativas do pior momento da pandemia para o setor industrial. No momento seguinte, principalmente a partir da operacionalização dos programas emergenciais de estímulo à demanda, houve uma retomada do patamar pré-pandemia, com o índice superando em setembro de 2020 o nível produtivo registrado em fevereiro do mesmo ano. Encerrados os estímulos, contudo, a perda de fôlego captada pelo índice indicou a desaceleração do setor industrial, configurando uma trajetória de retração ao longo de boa parte de 2021 e um movimento de estagnação que se perpetuou em 2022. Em dezembro de 2022, novamente um resultado de estagnação, manteve a tônica do ano, sendo a variação do mês em relação ao índice de novembro de 0,0%. Como consequência, o encerramento do ano se deu com o índice de produção física abaixo do nível pré-pandemia e apenas ligeiramente acima do patamar de janeiro/22.

Gráfico 1 – Índice de produção física com ajuste sazonal, Brasil, 2020-2022 (jan/2020 = 100)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: NECAT-UFSC.

O desempenho do setor industrial no ano também pode ser visualizado pelas diferentes bases de comparação disponibilizadas pelo IBGE, as quais são sintetizadas na Tabela 1. Conforme já destacado, a variação pela série mês a mês reiterou o cenário de estagnação, com variação de 0% em relação aos níveis de março. Com isso, entre janeiro e dezembro a série mês a mês consolidou seis expansões, cinco retrações e um resultado absolutamente estagnado. É de se destacar, porém, que dentre as expansões o resultado de maior fôlego foi registrado nos meses de fevereiro e março, com duas variações tímidas de 0,6%, de modo que o maior número de expansões mensais não pôde se converter numa tendência expansiva consolidada.

Tabela 1 – Variação da produção física industrial no Brasil em diversos períodos

Fonte: PIM-PF/IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC

A comparação com os meses de 2021 também recoloca um diagnóstico negativo. Em dezembro, a variação foi de -1,3%, sendo a sétima negativa no ano, identificando um descompasso reiterado em relação aos níveis de produção industrial registrados em 2021, ainda que esse ano tenha sido um ano marcado por fatores economicamente negativos, como o surto da variante Ômicron e o impedimento da circulação de pessoas por conta da pouca abrangência vacinal no primeiro semestre. Da mesma forma, as séries acumuladas identificam uma perda em relação a 2021, sendo o saldo do acumulado anual negativo em -0,7%. Destaca-se, especialmente, que em nenhum dos meses de 2022 houve comparação positiva em relação aos acumulados de 2021, ainda que o descompasso tenha diminuído no último semestre.

Em suma, o setor industrial brasileiro atravessou um período de desaceleração do ritmo produtivo em 2022, o que se explica por fatores variados, como a manutenção dos juros em patamares recessivos1, a escalada inflacionária que ocorreu, principalmente, no primeiro semestre2, atingindo os preços aos consumidores e aos produtores, o elevado nível de incertezas no cenário internacional em decorrência do conflito na Ucrânia e de suas possíveis consequências, além dos momentos de instabilidade pré-eleitoral que, como de costume, prejudicaram a confiança do setor empresarial e desestimularam investimentos produtivos.

Avançando em nível de desagregação, contudo, é possível visualizar que essa perda de ritmo não se deu de forma generalizada entre os setores da indústria, ainda que tenha sido hegemônica. Pela estratificação por categorias de uso, conforme ilustrado no Gráfico 2, essa dinâmica fica nítida. As quatro categorias registraram trajetórias modestas, sendo que três delas encerraram o ano no positivo e uma consolidou um saldo retrativo. Com o resultado de dezembro, a categoria de bens de capital manteve-se como a categoria com melhor desempenho no período da pandemia, quadro que está consolidado desde a recuperação do setor em novembro de 2020. Já o grupo de bens intermediários apresentou uma leve retração, aproximando-se do nível produtivo apresentado pelas indústrias produtoras de bens de consumo semiduráveis e não duráveis. A categoria de bens de consumo duráveis continuou apresentando a trajetória mais negativa desde janeiro de 2020, ainda que tenha obtido leve expansão no mês a mês e no saldo anual.

Gráfico 2 – Índice de produção física industrial com ajuste sazonal, categorias de uso, Brasil, 2020-2022 (jan/2020 = 100)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: NECAT-UFSC.

Em complemento às trajetórias visualizadas no Gráfico 2, tem-se também o detalhamento pelas bases de comparação disponibilizadas na PIM-PF/IBGE. Pela perspectiva mês a mês, conforme Tabela 2, as categorias de consumo duráveis (4,1%), consumo não duráveis (3,2%) e bens de capital (1,8%) expandiram, enquanto a categoria de bens intermediários (-2,1%) apresentou nova retração. Já em termos acumulados houve retração generalizada, mantendo-se a norma do ano, sendo o destaque negativo a queda considerável de bens de consumo duráveis em relação ao acumulado do mesmo período do ano passado, da ordem de -3,3%, percentual que perpetua a trajetória relativamente negativa do setor em relação aos demais.

Tabela 2 – Variação da atividade industrial do Brasil em vários períodos, categorias de uso, em dezembro de 2022

Fonte: PIM-PF/IBGE; Elaboração: Necat-UFSC.

A estratificação pelos setores de atividades, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), também auxilia na compreensão do cenário, conforme é apresentado pela Tabela 3. Dos 25 agrupamentos, onze registraram expansão em dezembro pela perspectiva mês a mês, enquanto os quatorze restantes regrediram. Destacaram-se positivamente as expansões de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,1%); artigos de vestuário e acessórios (8,0%); fabricação de móveis (7,6%) e artefatos de couro (6,7%). Dentre os setores com desempenho negativo, foram mais proeminentes as quedas de produtos de fumo (-8,0%), metalurgia (-5,1%), e fabricação de máquinas e equipamentos (-3,6%). É de se destacar a reação da indústria têxtil, cuja variação em relação a novembro foi de 5,1%, praticamente anulando a queda do mês anterior e apresentando um primeiro sinal contrário à tendência de queda que atravessou o setor durante todos os demais meses do ano. O setor de produtos alimentícios, por sua vez, regrediu em -2,6%, indicando uma desaceleração em relação ao sinal expansivo dos dois meses anteriores.

Tabela 3 – Produção Física Industrial do Brasil por Setores de Atividades, mês frente mês anterior com ajuste sazonal

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: Necat-UFSC.

Com isso, o encerramento do ano para os setores se deu como ilustrado pelo Gráfico 3, com apenas nove dos 25 agrupamentos consolidando acumulados positivos em relação à 2021, o que demonstra que a desaceleração do setor industrial registrada nos dados agregados não ocorreu em virtude de maus resultados de poucos setores isolados, mas sim de uma perda de ritmo disseminada na maior parte dos componentes da indústria. Ainda assim, setores como outros equipamentos de transporte (12,9%), produtos de fumo (8,6%), produtos derivados do petróleo (6,6%) e celulose, papel e produtos de papel (3,1%) alcançaram bons resultados, recuperando perdas registradas nos dois anos mais negativos da pandemia. Dentre as quedas, manteve-se a liderança negativa de fabricação de móveis (-16,2%), produtos de madeira (-12,9%), produtos têxteis (-12,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%).

Gráfico 3 – Produção física industrial, setores de atividades, Brasil, acumulado anual (dez/2022)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

Mesmo com leve variação expansiva em dezembro, produção física industrial catarinense também encerrou o ano de 2022 no negativo

Após três anos do início da pandemia da Covid-19, o saldo para o setor industrial catarinense é marcado por um retorno à estaca zero. Como ilustra o Gráfico 4, em dezembro de 2022, após três resultados seguidos típicos de estagnação, o índice de produção física com ajuste sazonal se localizou em patamar muito semelhante ao verificado em fevereiro de 2020, com uma leve diferença negativa. Esse resultado de dezembro marca também o encerramento de 2022, ano marcado por duas trajetórias opostas no índice de produção física: um movimento de ascensão com bom ritmo que se perpetuou até julho, seguido por uma trajetória de queda que se prolongou até o fim do ano. No saldo, a variação do índice no ano marcou a expressiva retração de -5,2%, percentual de regressão maior do que o verificado no índice nacional no mesmo período.

Gráfico 4 – Índice de produção física com ajuste sazonal, Santa Catarina, 2020-2022 (jan/2020 = 100)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: NECAT-UFSC.

O desempenho verificado ao longo do ano pode também ser observado através da Tabela 4. Em dezembro, pela perspectiva mensal, a atividade industrial expandiu em 0,7%, apresentando a primeira variação positiva desde julho, ainda que com ritmo reduzido. Nessa série, o ano foi encerrado com sete resultados positivos, quatro negativos e uma estagnação. A comparação com os mesmos meses de 2021, contudo, mostra um cenário mais negativo porque parte de períodos com bases de comparação mais elevadas. Nessa série, foram registradas retrações em nove dos 12 meses, sendo especialmente negativos os três primeiros meses do ano e o último quadrimestre.

Corroboram esse diagnóstico negativo na comparação com 2021 os resultados acumulados. Pela base anual, o resultado registrado no encerramento do ano foi de retração de -4,3%, mantendo-se a tônica registrada em todos os meses anteriores. A série de doze meses apresentou comportamento similar, apesar de registrar resultados positivos nos primeiros quatro meses do ano.

Tabela 4 – Variação da produção física industrial em Santa Catarina em diversos períodos

Fonte: PIM-PF/IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC

Em síntese, a atividade industrial catarinense em 2022 foi marcada por uma considerável instabilidade do ponto de vista do curto prazo, haja vista a oscilação na série mensal e a vigência de uma tendência expansiva seguida por uma retrativa a partir da virada do semestre, conforme fica visível nas informações contidas no Gráfico 5.

Gráfico 5 – Produção física industrial em Santa Catarina, mensal com ajuste sazonal (2020-2022)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: NECAT-UFSC.

Neste caso, destaca-se que esse é um cenário distinto do que se verificou nacionalmente, onde a norma foi a estabilidade, mesmo com variações a ritmos pouco intensos. Contrabalanceando-se as tendências, o saldo anual foi negativo, se localizando, inclusive, abaixo do nível de encerramento para o agregado nacional.

Desagregando os resultados a partir dos agrupamentos da CNAE 2.0, tem-se o exposto na Tabela 5, pela série de comparação com os meses de 2021. Em dezembro, apenas três dos 12 setores de atividades registraram expansões, sendo a tônica do mês amplamente negativa. Entre as expansões, se destacaram aquelas verificadas nos setores de metalurgia (14,3%), produtos alimentícios (13,8%)3 e veículos automotores, reboques e carrocerias (6,6%). Já entre os resultados negativos, foi especialmente marcante o caráter reiterado de retrações que se repetiram ao longo de todo ano, conforme se verificou nas atividades de produtos de madeira (-30%), produtos têxteis (-24,6%) e produtos minerais não metálicos (-17,8%), cujas tendências acendem um sinal amarelo para o desempenho do setor industrial catarinense no ano seguinte.

Tabela 5 – Produção Física Industrial de Santa Catarina por Setores de Atividades, variação mensal em relação ao mesmo mês do ano anterior

Fonte: PIM-PF IBGE; Elaboração: NECAT-UFSC.

A consolidação anual destas variações pode ser visualizada através do Gráfico 6. Apenas as atividades relacionadas aos produtos alimentícios apresentaram expansão na comparação com o acumulado de 2021, com saldo de 8,3%. Entre as demais atividades, destacaram-se negativamente as quedas de produtos têxteis (-19,3%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,8%). Por um lado, é importante que o setor de produtos alimentícios tenha encerrado o ano positivamente, dado sua elevada participação no valor da transformação industrial catarinense. Por outro, as quedas de produtos têxteis e máquinas, aparelhos e materiais elétricos são preocupantes, pois, ainda que não sejam atividades tão expressivas quanto os produtos alimentícios, são indústrias tradicionais no estado e que possuem uma abrangência considerável. No saldo, houve registro de 10 retrações, uma estagnação e uma expansão, cenário que corrobora com os demais indicadores para conformar a um diagnóstico eminentemente negativo para o encerramento do ano.

Gráfico 6 – Produção física industrial em Santa Catarina por setores de atividades, acumulado anual (2022)

Fonte: PIM-PF/IBGE. Elaboração: Necat-UFSC.

Considerações Finais

É inegável que a maior parte dos indicadores aponta 2022 como um ano bastante negativo para o setor industrial. Em termos nacionais, a tônica foi de resultados de baixo ritmo que acabaram consolidando uma tendência de estagnação no agregado geral, ainda que dentre os setores de atividades ocorressem resultados bastante diversos. Já em Santa Catarina, o comparativo mês a mês foi marcado por constantes instabilidades, sendo possível visualizar duas tendências distintas: uma expansiva entre os meses de janeiro e julho e outra negativa entre agosto e dezembro, destacando-se que essa última foi mais importante por consolidar a retração de -5,2% no índice de ajuste sazonal ao longo do ano (janeiro a dezembro), com disseminação amplamente negativa entre os diversos setores de atividades.

Assim, é perfeitamente factível afirmar que os determinantes macroeconômicos que afetam os resultados nacionais também se abateram em Santa Catarina, inclusive com maior potência. Para a reversão do cenário no corrente ano espera-se a possibilidade de ocorrer mudanças na condução da política macroeconômica do país em direção a um maior fomento ao setor produtivo, o que poderia ocorrer, principalmente, a partir de reduções expressivas nos níveis ainda muito elevados das taxas de juros e do reestabelecimento do poder de compra da população, fator necessário para que se configure um empuxe de demanda capaz de catalisar o início de um movimento de crescimento mais vigoroso da produção industrial.

Referências

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal da Indústria. Produção Física (PIM). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, dezembro de 2022.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal da Indústria. Produção Física Regional (PIM Regional). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, dezembro de 2022.

IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. A indústria em 2022 – Carta IEDI, edição 1187. Disponível em: < https://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_1187.html>. Acesso em: 12 de março de 2023.


* Graduando em Ciências Econômicas na Universidade Federal de Santa Catarina e bolsista do Necat/UFSC. Email: matheusrosa.contato@outlook.com

1 Em 2 de fevereiro de 2022 a primeira reunião do COPOM no ano fixou a meta da taxa Selic em 10,75% a.a. Nos meses seguintes, a tendência de alta se manteve até a consolidação, em 03 de agosto, do patamar de 13,75% a.a. que se manteve até o fim de dezembro. (SGS-BACEN, 2022).

2 Ao encerramento do primeiro semestre o IPCA acumulado anualmente registrava variação de 5,49%. Grupos importantes como vestuário (9,14%), alimentação e bebidas (8,42%), transportes (7,38%) e artigos de residência (7,09%), contudo, registraram dinâmicas ligeiramente mais inflacionárias. (IBGE, 2022).

3 Ainda que apenas três setores de atividades tenham expandido, o bom resultado de produtos alimentícios representa um sinal bastante positivo para o parque industrial estadual, haja vista a expressiva participação dessas atividades no agregado da indústria no estado.