Varejo catarinense registra queda no volume de vendas em abril de 2023

19/06/2023 15:53

Guilherme Ronchi Razzini*

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE) divulgada na última semana apresentou um cenário de retração no varejo ampliado em Santa Catarina em abril. Na comparação com o mês imediatamente anterior com ajuste sazonal, foi registrado retração de -0,3%. Apesar do resultado, durante o primeiro quadrimestre do ano o estado catarinense registrou expansão de 5,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior (jan/22-abr/22).

O Gráfico 1 ilustra o desempenho do volume de vendas em Santa Catarina e no Brasil desde janeiro de 2020. É possível perceber que o estado catarinense registrou recuperação mais forte pós-pandemia, com expansão de 18,8% em relação a janeiro de 2020, sendo que na mesma comparação no cenário nacional há expansão de 3,9%.

Gráfico 1 – Índice de volume de vendas com ajuste sazonal, Santa Catarina e Brasil, 2020-abr/23

Fonte: IBGE/PMC. Elaboração: Necat-UFSC.

Em termos regionais, houve resultado de expansão na comparação com o mês imediatamente anterior com ajuste sazonal em 10 das 27 Unidades da Federação, enquanto as 17 UFs restantes registraram retração, como ilustra a Figura 1.  Incluso neste último grupo o estado de Santa Catarina, apesar disto, entre os estados com retração, Santa Catarina apresentou a menor retração do grupo. Houve expansão fortes nos estados de Bahia (4,8%), Minas Gerais (4%) e Maranhão (3,5%), em contraste as maiores quedas se concentraram em Mato Grosso do Sul (-7,3%), Rondônia (-5,1%), Paraná (-5,1%).

Figura 1 – Indice de volume de vendas, mês frente mês anterior, por UF, abr/23

Fonte: IBGE/PMC. Elaboração: Necat-UFSC.

Em relação aos resultados setoriais, no acumulado no ano em comparação com mesmo período do ano anterior (jan/23-abr/23) em Santa Catarina, permanecem 7 segmentos com saldo positivo no ano, e 4 segmentos com resultado de retração na comparação, conforme ilustrado na Figura 2. Os maiores saldos de expansão seguem com os segmentos de equipamentos e materiais para escritório (28,2%), atacarejos (24,2%) e combustíveis e lubrificantes (21,9%). Em contraste, há saldo de retração mais intenso nos segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,3%), material de construção (-8,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-8,5%).

Figura 2 – Acumulado no ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, por segmento, em SC, abr/23

Fonte: IBGE/PMC. Elaboração: Necat-UFSC.

Os resultados setoriais seguem de acordo com o cenário de crédito caro, que restringe o acesso ao crédito, e enfraquece os segmentos mais dependentes do acesso ao crédito. Entretanto, com a tendencia de desaceleração da inflação e os sinais positivos do mercado de trabalho levaram a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisar para 1,8% a expectativa de crescimento do setor para este ano. Tais considerações levam em conta a expectativa da antecipação do encerramento do atual aperto monetário que, do ponto de vista do setor varejista, poderá se traduzir em uma aceleração das vendas.

Deste modo, apesar da queda no mês, os resultados para o segmento em Santa Catarina permanecem positivos, com um saldo acumulado no ano significativamente alto, e com a perspectiva de melhora no cenário de crédito para o segundo semestre do ano.

Referências bibliográficas

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Comércio –
PMC. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 17 de jun. 2023


* Graduando em Ciências Econômicas na Universidade Federal de Santa Cataria e bolsista do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (NECAT-UFSC). Email: guilherme.razzini@outlook.com