Volume de serviços catarinense retrai em agosto de 2023
Henrique Nogueira Olivio*
Por meio dos dados fornecidos pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE) é possível analisar os resultados do volume de serviços de Santa Catarina em agosto de 2023. O volume do setor de serviços apresentou queda de -0,9% em relação ao mês anterior. Além disso, 19 unidades da federação (UFs) apresentaram queda na mesma comparação. Em relação à análise desagregada das atividades do setor, a maioria apresentou crescimento no acumulado do ano.
O Gráfico 1 apresenta a série histórica do volume de serviços até agosto de 2023. O índice segue 26,5% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2022). Nesse último mês o setor apresentou a segunda queda consecutiva, reduzindo-se em -0,9% na comparação com o nível produtivo de julho. Comparando com o índice nacional no mesmo período, contudo, o saldo catarinense ainda é positivo, conforme ilustra o Gráfico.
Gráfico 1 – Índice de volume de serviços mês/mês imediatamente anterior com ajuste sazonal, Santa Catarina (agosto de 2023)
Fonte: IBGE/Pesquisa Mensal de Serviços. Produção: Necat/UFSC.
O Gráfico 2 apresenta as variações dos volumes de serviços nos estados brasileiros em relação ao mês anterior. Em agosto, apenas 8 UFs apresentaram crescimento, ocorreu uma estagnação no Rio Grande do Sul e as UFs remanescentes sofreram retrações. As maiores expansões ocorreram em: Mato Grosso do Sul (7,5%), Rondônia (3,7%) e Rio Grande do Norte (2,3%). As maiores retrações foram em Alagoas (-5,6%), Acre (-4,8%) e Maranhão (-3,4%). A queda de Santa Catarina (-0,9%), por sua vez, foi da mesma intensidade da queda na média brasileira.
Gráfico 2 – Volume de serviços em relação a julho de 2023 por Unidade da Federação (agosto de 2023)
Fonte: IBGE/Pesquisa Mensal de Serviços. Produção: Necat/UFSC.
O Gráfico 3 apresenta o acumulado do ano (jan/23-ago/23) divido por atividades do setor. A maioria das atividades vem apresentando crescimento nos últimos três meses como outros serviços; serviços de informação e comunicação e serviços profissionais, administrativos e complementares. Em contra partida, serviços prestados às famílias; e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios sofrem queda desde março. No saldo dos acumulados, contudo, segue a totalidade expansiva, conforme ilustra o Gráfico, com as atividades de outros serviços liderando o movimento positivo.
Gráfico 3 – Acumulado no ano por atividade de serviço (agosto de 2023)
Fonte: IBGE/Pesquisa Mensal de Serviços. Produção: Necat/UFSC.
Em conclusão, o resultado de agosto manteve a tendência de queda do mês anterior e segue em ritmo de desaceleração. A grande quantidade de queda entre as unidades da federação e queda nas atividades que antes eram as tônicas de crescimento forçam a ideia de desaceleração. Uma possível razão para essa tendência é alta inflação no setor de serviços e a redução no salário real que juntos impactam no poder de compra (IEDI, 2023).
Para análises mais detalhadas sobre Brasil e Santa Catarina fique atento para o próximo informativo Necat/UFSC.
Referências Bibliográficas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Rio de Janeiro (RJ): IBGE, agosto de 2023.
IEDI – Instituto para Estudos de Desenvolvimento Industrial. Consumo das Famílias e Acomodação dos Serviços. Acessado em 18/10/23 https://www.iedi.org.br/artigos/top/analise/analise_iedi_20231017_servicos.html
Agência IBGE Noticias – Serviços recuam 0,9% em agosto, após três altas consecutivas. Acessado 18/08/23
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38126-servicos-recuam-0-9-em-agosto-apos-tres-altas-consecutivas
* Graduando em Ciências Econômicas na Universidade Federal de Santa Catarina e bolsista do NECAT/UFSC. Email: henriquen.olivio@gmail.com.