Considerações da proposta de reforma da previdência dos servidores públicos do estado de Santa Catarina

03/08/2021 09:23

Por: Juliano Giassi Goularti[1]

Introdução

Este texto tem por objetivo fazer uma breve analise da reforma da previdência em Santa Catarina. Ao ser instituída no Brasil, a previdência social trouxe uma série de mudanças em termos quantitativos e qualitativos à vida dos beneficiários, o que a torna uma política essencial, contribuindo significativamente com a redução da desigualdade de renda no país. Se não fossem as rendas da previdência, os números de indigência e pobreza seriam maiores.

Ao contemplar um conjunto maior de políticas sociais, a previdência contribui com o crescimento econômico, uma vez que grande parte dos benefícios é destinada às pessoas mais empobrecidas. Isso faz com que uma quantia significativa desse valor permaneça no país. Com isso, há um aumento na geração de emprego e renda, no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), bem como na renda das famílias. Porém, o governo de Santa Catarina ao estabelecer uma tributação de 14% de aposentados e pensionistas que ganham até o teto do INSS (hoje estipulado em R$ 6.433,57 mil)[2] que estão há anos sem qualquer aumento salarial ou mesmo correção inflacionária, gerando ao longo do tempo perda de poder aquisitivo, menor poder de consumo e a consequente desaceleração da economia, irá rebaixar o poder de compra dessa massa de servidores, retardando ainda mais a retomada do crescimento econômico.

Dentro do objetivo do texto, apresentar alguns pontos centrais da reforma da previdência, pontos do substitutivo global reforma encaminhada pelo governador Carlos Moisés da Silva (Sem partido) ao Parlamento, também será apresentado um breve histórico das reformas passadas, com destaque para as realizadas no governo Luiz Henrique da Silveira (MDB), em 2007, e de Raimundo Colombo (PSD), em 2015, apresentação o cronograma de tramitação da reforma, breve passagem do déficit financeiro para depois falar da tributação de aposentados e pensionistas que ganham até o teto do INSS.
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Retrospectiva 2021.1: Blog do Necat

22/07/2021 13:38

Em 2021, o NECAT deu continuidade a publicação de análises sobre os temas mais patentes à socioeconomia catarinense no Blog do Necat. Confira a retrospectiva destes textos, segundo os principais eixos temáticos abordados ao longo do primeiro semestre do ano:
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Novas irresponsabilidades do governo estadual no controle da Covid-19 em Santa Catarina

16/07/2021 08:49

Por: Lauro Mattei[1]

A política de controle da pandemia executada pelo governo de Santa Catarina apresenta diversas fases que se chocam com as recomendações básicas emitidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus no estado (março de 2020), observam-se comportamentos bastante distintos por parte das autoridades públicas estaduais.

Após adotar medidas rígidas para evitar o contágio da população catarinense no mês de março de 2020 – quando a pandemia ainda se encontrava em estágio inicial no país – tais medidas foram flexibilizadas rapidamente nos dois meses seguintes (abril e maio), procedimento que estimulou o primeiro grande surto da doença no período entre junho e agosto, momento em que a doença tomou conta de todo o território catarinense, ou seja, atingiu todos os 295 municípios do estado.

Já os novos regramentos adotados no início de setembro (edição de mais de uma dezena de portarias com regras específicas para uma variedade de atividades) fizeram com que, tanto os casos como as mortes, caíssem para números bastante confortáveis. Com isso, ao final de outubro de 2020 os novos casos diários se situaram abaixo de mil, enquanto os óbitos se reduziram para menos de 10 ocorrências diárias.
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Santa Catarina gera 13,6 mil empregos formais em maio, mas apenas 24% recebem mais que dois salários mínimos

15/07/2021 17:00

Por: Victor Hugo Azevedo Nass[1]

Dando sequência aos acompanhamentos mensais publicados no blog do NECAT, o objetivo deste texto é analisar o comportamento do mercado formal de trabalho do Brasil e de Santa Catarina em maio de 2021, a partir dos resultados do Novo CAGED[2]. Para isso, serão analisados os saldos mensais e as variações relativas do emprego formal por grupamento de atividade econômica, gênero, escolaridade, faixa de remuneração e mesorregião geográfica.

De acordo com a Tabela 1, em maio o Brasil apresentou saldo positivo de 280.666 vínculos formais de trabalho, registrando alta de 0,7%. Já Santa Catarina criou 13.587 vínculos no mesmo período, com variação mensal de 0,6%. Com isso, ambas as regiões mantêm o ritmo de crescimento visto no mês anterior.
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Produção industrial catarinense registrou estagnação no mês de maio de 2021 após três meses seguidos de queda

14/07/2021 14:58

Por: Matheus Souza Rosa[1]

Os novos dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF), divulgados no início deste mês de julho e relativos ao desempenho industrial em maio, apresentam a primeira expansão da atividade industrial registrada em 2021[2]. Essa expansão, concernente a série mês a mês com ajuste sazonal, também foi verificada na comparação com maio de 2020, na série do acumulado do ano e no acumulado dos últimos doze meses. Após meses de estagnações e variações negativas, os dados de maio indicam um possível cenário positivo para a produção industrial do país no curto prazo, ainda que persistam setores com acumulados bastante negativos.

Nas UFs também foi possível visualizar esse desempenho positivo, sendo que das 14 pesquisadas apenas três delas registraram variações negativas na série mês a mês. Os destaques positivos ficaram por conta de Goiás (4,8%), Minas Gerais (4,6%) e Ceará (4,4%), enquanto o destaque negativo foi novamente a retração verificada na Bahia (-2,1%), estado que acumula quedas em todos os meses desde janeiro de 2021, além dos desempenhos negativos do Pará (-2,1%) e do Paraná (-1,4%).

Com base nos dados da pesquisa regional do setor industrial, apresenta-se uma breve análise do desempenho industrial no âmbito do país e, em especial, no estado de Santa Catarina.
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Notas sobre a redução dos óbitos por Covid-19 de pessoas idosas em Santa Catarina após a imunização

09/07/2021 10:48

Por: Lauro Mattei[1]

Após cinco meses e meio do início do processo de imunização contra a COVID19, começaram a surgir os primeiros estudos sérios relativos aos impactos da vacinação sobre o número de óbitos, especialmente das pessoas das faixas etárias mais idosas, as quais foram consideradas prioritárias na campanha de imunização tendo em vista ser um dos grupos mais vulneráveis.

Estudo divulgado pelo portal UOL em 04.07.2021, tomando como referência as informações disponíveis até o final de junho de 2021, revelou a ocorrência de reduções bastante expressivas do número de óbitos nas faixas etárias acima de 70 anos de idade, fato que foi creditado aos efeitos positivos da imunização em curso. Além disso, verificou-se naquele momento que a faixa etária de idosos entre 60-69 anos ainda não tinha registrado possíveis efeitos desse processo, além da faixa de 50-59 anos continuar com números crescentes de óbitos[2].

Recentemente o governo de Santa Catarina divulgou uma informação oficial afirmando categoricamente que “com o avanço da vacinação em SC, os óbitos de idosos por Covid-19 têm redução de 75%” e que “nas demais faixas, que passaram a receber a primeira dose ao longo do mês passado, a redução no mesmo período foi de 26%”. Para os governador do estado, esses “dados provam a importância do esforço do governo em acelerar a imunização dos catarinenses”[3].
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Comércio catarinense apresentou saldo de vendas positivo no mês de abril de 2021

06/07/2021 10:51

Por: Matheus Souza da Rosa[1] e Daniel da Cunda Corrêa da Silva[2]

Os dados relativos ao desempenho do comércio divulgados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC-IBGE) no último mês de junho, com dados referentes a abril, revelam um cenário expansivo para o volume de vendas nacional e estadual. Esse saldo positivo se apresentou através das altas mensais, observadas na série mês a mês com ajuste sazonal, na comparação com o mês de abril de 2020 e também nas séries acumuladas. É digno de destaque, contudo, que ainda se verificam setores com incapacidade de retorno aos níveis de atividade anteriores a pandemia do coronavírus.

Em relação ao desempenho mensal, valem destacar os dados das Unidades da Federação, os quais corroboram esse cenário positivo. Das 27 UFs pesquisadas, 18 registraram um desempenho de expansão considerável, sendo os destaques para Distrito Federal (19,6%), Rio Grande do Sul (14,9%), Amapá (10,8%), Bahia (10,4%) e Tocantins (8,5%). Outras 5 UFs apresentaram desempenho próximo da estagnação (São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Espírito Santo e Roraima). As 4 UFs restantes apresentaram retrações de baixa magnitude, sendo as mais expressivas registradas em Mato Grosso (1,4%) e Alagoas (-1,1%).

A partir dos dados divulgados pela pesquisa, esse breve texto se direciona à análise do desempenho geral da atividade comercial no Brasil e em Santa Catarina.
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A reforma da Previdência em Santa Catarina: uma análise das questões financeiras

30/06/2021 10:21

A reforma da Previdência em Santa Catarina: uma análise das questões financeiras[1]

Por: Juliano Giassi Goularti[2]

Em decorrência da aprovação da Emenda Constitucional nº 103 de 2019, que alterou o sistema de previdência social e estabeleceu regras de transição para o conjunto da classe trabalhadora brasileira que é assegurada pelo Regime Geral, o governo do estado de Santa Catarina encaminhou para Assembleia Legislativa (Alesc) o Projeto de Lei Complementar nº 0033.5, de dezembro de 2019, que tratava da reforma da previdência estadual. A partir da tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto recebeu um conjunto de emendas parlamentares que desconfiguraram a proposta original. Criando privilégios e não direitos para algumas categorias do serviço público, as emendas elevariam exponencialmente o déficit financeiro e atuarial em somas bilionárias. Com isso, em julho de 2020 o governo retirou o projeto.

De junho de 2020 para junho de 2021, muita coisa mudou, principalmente nas relações política entre o governador e os parlamentares. Com uma sólida base de apoio na Alesc, o governo elaborou uma nova proposta de reforma da previdência. Dialogando com as bancadas partidárias, poderes e sindicatos, o governo tem apresentado os seguintes dados: 47.625 servidores ativos, 49.522 aposentados e 9.677 pensões, totalizando 106.824 segurados, distribuídos por distintos poderes e órgãos. A esses servidores, corresponde a uma folha de pagamentos mensal de R$ 774,67 milhões, sendo que o Poder Executivo constitui 78,51% desse custo, seguido pelo Tribunal de Justiça/TJ (11,64%), Ministério Público/MP (3,90%), Alesc (3,67%) e Tribunal de Contas/TCE (2,28%). Assim, como o Executivo constitui a maior despesa com folha, também abrange a maioria dos segurados, 88,73%.
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Renda da metade mais pobre das famílias catarinenses ainda é 27% inferior ao nível pré-pandemia

26/06/2021 16:06

Por: Vicente Loeblein Heinen[1] e Lauro Mattei[2]

Após a emergência da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o Brasil vem enfrentando também uma crise econômica e social, que provocou uma acelerada queda do nível de renda das famílias, bem como o aumento avassalador do flagelo da fome nas camadas mais vulneráveis da população brasileira. Estudo recente da Fundação Getúlio Vargas[3], mostra que a renda média individual do trabalho caiu 10,9% durante a pandemia. Todavia, destaca-se que a queda da renda média da parcela dos mais pobres foi de 20,8%, ou seja, caiu duas vezes mais que a média. Isso fez com que índice de Gini[4] nacional subisse de 0,642, no primeiro trimestre de 2020, para 0,674, no primeiro trimestre de 2021. Em termos absolutos, nota-se que a renda domiciliar per capita no Brasil de R$ 1.122,00, para R$ 995,00 nesse período, implicando em uma queda de 11,3%.  Registre-se que essa é a primeira vez que a renda se situa no patamar abaixo de 1 mil reais desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua começou a ser realizada, em 2012. Segundo o autor, a perda de ocupação foi o principal fator explicativo para essa queda expressiva do poder de compra da população brasileira.

Desde o início da pandemia da Covid-19, ainda no primeiro semestre de 2020, diversas análises do Necat/UFSC alertavam para o fato de que a crise deflagrada pela disseminação do novo coronavírus não teria curta duração, podendo deixar grandes sequelas econômicas e sociais também em Santa Catarina[5]. Os dados mais recentes têm comprovado que grande parte daqueles prognósticos se concretizaram. Mesmo que no momento alguns indicadores econômicos estejam finalmente saindo do vermelho, o desemprego e a perda de renda seguem ameaçando parcelas expressivas da população catarinense. Ao analisar a situação recente do desemprego em Santa Catarina, mostramos seu recrudescimento no primeiro trimestre de 2021[6]. No presente texto, analisamos o comportamento dos rendimentos do trabalho no mesmo período, tendo como base os microdados da PNAD Contínua. O texto está dividido em duas partes: a primeira trata da dinâmica dos rendimentos individuais, enquanto a segunda analisa a renda domiciliar.
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Setor de serviços de Santa Catarina apresentou fraco desempenho no mês de março de 2021

23/06/2021 12:09

Por: Daniel da Cunda Corrêa da Silva[1]

A situação do setor de serviços no Brasil

Depois de ter registrado alta de 3,7% em fevereiro, o setor de serviços apresentou queda de 4,0% no mês de março de 2021. O resultado negativo devolve o volume do setor de serviços no Brasil a um patamar 2,8% inferior ao do início da pandemia, cuja superação havia sido celebrada na pesquisa anterior. Na comparação com março do ano passado, por sua vez, o resultado do terceiro mês de 2021 foi 4,5% superior. Resultado bastante compreensível, visto que março e abril de 2020 marcam os meses de maior restrição às atividades econômicas decorrentes da Covid-19.

No último relatório apresentado, referente a fevereiro de 2021, apontava-se a necessidade de tomar os dados do mês (com serviços em alta) com cautela. Este mês de março confirmou a necessidade de prudência: para a série que leva em consideração os ajustes sazonais, o desempenho é constantemente decrescente. A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE revela que o desempenho de março de 2021 posiciona o Brasil próximo dos indicadores válidos para o início de 2020, com número índice 86, quando a economia brasileira iniciava seu acentuado declínio em função da pandemia. Tomando-se como parâmetro o ano de 2014, a linha de tendência do Gráfico 1 denota que economia brasileira já acumula quase 7 anos consecutivos de redução no volume de serviços prestados[2].
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A produção industrial catarinense apresentou a terceira retração seguida no mês de abril de 2021

18/06/2021 20:29

Por: Matheus Souza da Rosa[1]

Os dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, PIM/PF-IBGE, divulgados neste mês de junho revelam a continuidade da oscilação do setor industrial no Brasil e em Santa Catarina. Os dados relativos ao mês de abril mostraram o baixo desempenho da produção física nos quatro primeiros meses de 2021, expressando os impactos da crise econômica e a pouca capacidade de reação do setor industrial aos impactos da pandemia da Covid-19.

Esse resultado negativo na série mês a mês ocorreu em 8 das 14 Unidades de Federação contempladas pela pesquisa, sendo que os piores resultados estavam localizados na Bahia (-12,4%), Goiás (-3,6%) e São Paulo (-3,3%). Destacaram-se com dados positivos os estados de Amazonas (1,9%), Rio de Janeiro (1,5%), e Espírito Santo (0,9%). Chama atenção a magnitude da queda na Bahia, estado que vem acumulando retrações sucessivas desde janeiro (-4,3% em janeiro, -5,9% em fevereiro e -8,9% em março), numa trajetória de queda expressiva que até o momento não demonstrou quaisquer sinais de reversão.

Com base nos dados divulgados pelo IBGE, neste artigo será analisado, concomitantemente, o panorama geral da produção industrial no Brasil e no estado de Santa Catarina, em particular.
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As origens do superávit do governo de Santa Catarina em 2020

10/06/2021 10:43

Por: Juliano Giassi Goularti[1] e Lauro Mattei[2]

Quando a pandemia provocada pelo coronavírus foi descoberta ao final de 2019, a economia mundial já dava sinais de desaceleração. Neste caso, destaca-se que a China, em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos, registrou naquele momento seu pior desempenho econômico dos últimos trinta anos, ao apresentar uma taxa de crescimento de 6,1%.

A emergência da crise sanitária obrigou os governos a adotar políticas restritivas para impedir o avanço da Covid-19, atitude que teve implicações diretas sobre a esfera econômica, uma vez que ocorreu a interrupção das atividades normais de circulação de pessoas, produção de mercadorias, consumo corrente, trocas comerciais, investimentos programados, linhas de crédito, etc.

No Brasil essa situação impactou negativamente as contas públicas, uma vez que ao final de 2020 foi registrado um resultado primário[3] da ordem de R$ 743 bilhões. Essa expansão do déficit primário, em grande medida, se deve ao aumento das despesas para controlar a pandemia no país. Segundo o Tesouro Nacional, somente essa rubrica (gastos com Covid-19) atingiu o montante de R$ 540 bilhões no ano de 2020. Além disso, ocorreu queda da arrecadação em função da forte retração das atividades econômicas, especialmente no primeiro semestre do referido ano. Com isso, o déficit registrado no último ano é de aproximadamente 10% do PIB do país.
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Situação do emprego formal em Santa Catarina um ano depois do momento mais crítico da crise da Covid-19

08/06/2021 17:47

Por: Victor Hugo Azevedo Nass[1]

Dando sequência aos acompanhamentos mensais publicados no blog do NECAT, o objetivo deste texto é analisar o comportamento do mercado formal de trabalho do Brasil e de Santa Catarina em abril de 2021, a partir dos resultados do Novo CAGED[2]. Para isso, serão analisados os saldos mensais e as variações relativas do emprego formal por grupamento de atividade econômica, gênero, escolaridade, faixa de remuneração e mesorregião geográfica.

De acordo com a Tabela 1, em abril o Brasil apresentou saldo positivo de 120.935 vínculos formais de trabalho, registrando alta de 0,3%. Já Santa Catarina criou 11.127 vínculos no mesmo período, com variação mensal de 0,5%. Com isso, ambas as regiões tiveram uma desaceleração no crescimento, em comparação com os resultados de março.

Tabela 1 – Evolução mensal de estoque, admissões, desligamentos, saldo e variação percentual (Brasil e Santa Catarina, abril a abril de 2021)

Tabela1-br-sc-caged-abr

Fonte: Novo CAGED (2021); Elaboração: NECAT/UFSC.
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O desemprego aumentou em Santa Catarina no primeiro trimestre de 2021

02/06/2021 10:20

Por: Lauro Mattei[1] e Vicente Loeblein Heinen[2]

É inegável que o tema do desemprego no país é uma das consequências mais visíveis da pandemia causada pelo novo coronavírus. Os dados da PNAD Contínua, relativos ao primeiro trimestre de 2021 e divulgados recentemente pelo IBGE, revelaram a gravidade desse problema social, uma vez que a taxa de desocupação subiu de 13,9%, no 4º trimestre de 2020, para 14,7%, no primeiro trimestre de 2021. A pesquisa constatou que, no comparativo entre esses dois períodos, a taxa de desocupação no Brasil aumentou em oito unidades da federação: PE; AM; MA; TO; PI; MG; PA e SC. Particularmente em Santa Catarina, no mesmo período considerado essa taxa subiu de 5,3% para 6,2%.

Mesmo assim, algumas autoridades governamentais se locupletam afirmando que “Santa Catarina mantém a menor taxa de desemprego do país”[3]. Para o Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, além do estado ter a menor taxa de desocupação do país, “temos o menor número de desempregados e geramos quase 100 mil vagas de emprego este ano”[4]. Tais afirmações, além de conterem análises superficiais, podem ser consideradas até mesmo ufanistas. Por isso, elas foram contrastadas recentemente por análises que mostram aspectos bem mais complexos da dinâmica atual do mercado de trabalho catarinense[5]. Já os meios de comunicação seguem esse mesmo diapasão ao repercutir que a “Taxa de desemprego de SC sobe para 6,2%, mas segue a menor do país”[6]. Nessa lógica interpretativa, se ocultam alguns dos principais problemas do estado nesta esfera, uma vez que uma parcela expressiva da população catarinense continua sofrendo os efeitos negativos do aumento acelerado do desemprego.
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Desempenho atual da produção industrial de SC é superior ao verificado em 2020, mas perda de ritmo se mantém

01/06/2021 14:05

Por: Matheus Rosa[1]

A Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM-PF) divulgada no início de maio, com dados referentes ao último mês de março, apresentou um novo cenário de quedas nos níveis de Produção Física Industrial. De modo geral, pode-se observar uma continuidade do baixo desempenho oriundo da crise econômica e das dificuldades advindas da pandemia do novo coronavirus. Esse baixo desempenho se expressou de forma mais aguda em alguns dos setores pesquisados e também em 9 das 14 Unidades das Federação estudadas na pesquisa, as quais apresentaram resultados negativos na série do acumulado de 12 meses. Os acumulados positivos nessa série foram, em grande maioria, modestos e foram registrados em Pernambuco (3,4%), Pará (0,9%), Santa Catarina (0,9%), Goiás (0,8%) e Minas Gerais (0,7%).

Quando se utiliza como referência o mês de março do ano anterior, nota-se um quadro inverso, com a maioria das UFs apresentando resultado positivo e de grande magnitude (SC, AM, RS, SP, MG e PR com destaque). Esse desempenho não deve impressionar, uma vez que março de 2020 foi o primeiro mês dos impactos mais graves da pandemia do novo coronavirus na Produção Industrial, fazendo com que a baixa base comparativa seja o principal determinante dos atuais resultados positivos.

Por fim, no quadro geral do Brasil observou-se uma nova retração da ordem de -2,4%, dando continuidade ao movimento de queda que se iniciou no mês anterior. Importante notar que essas retrações verificadas nos dois últimos meses se situam no contexto de queda do ritmo da produção industrial já observada por meio de taxas que foram registradas desde junho de 2020.
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