A análise da evolução da Covid-19 em SC por parte do governo estadual está equivocada
Por: Lauro Mattei[1]
“Os casos ativos têm apresentado queda sustentada nas últimas semanas. Isso se deve aos decretos de enfrentamento da pandemia, fato que vai refletir um distensionamento da rede hospitalar para frente”[2].
Desde março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a COVID-19 como pandemia global, autoridades sanitárias internacionais e brasileiras vêm alertando para a necessidade da adoção de medidas preventivas efetivas para se evitar o colapso dos sistemas de saúde. No Brasil – e também em Santa Catarina – parece que esses alertas não foram bem compreendidos, considerando-se o cenário caótico que estamos vivenciando nos últimos meses. No caso particular de SC, um dos dados mais alarmantes desse cenário nos três primeiros meses de 2021 foi a morte de mais de 250 pessoas hospitalizadas que estavam esperando por vaga em UTI em todo o estado. Além disso, neste exato momento 303 pessoas estão aguardando atendimento em um leito de UTI.
Desde o início da pandemia no estado de Santa Catarina temos acompanhado semanalmente sua evolução por meio de um conjunto de indicadores que estão sendo utilizados por todos os segmentos técnicos e científicos envolvidos com análises dessa doença. Assim, neste artigo apresentaremos brevemente o comportamento de alguns desses indicadores no mês de março no estado de Santa Catarina exatamente para mostrar a inconsistência da leitura feita por autoridades governamentais catarinenses.