A reforma da Previdência em Santa Catarina: uma análise das questões financeiras
A reforma da Previdência em Santa Catarina: uma análise das questões financeiras[1]
Por: Juliano Giassi Goularti[2]
Em decorrência da aprovação da Emenda Constitucional nº 103 de 2019, que alterou o sistema de previdência social e estabeleceu regras de transição para o conjunto da classe trabalhadora brasileira que é assegurada pelo Regime Geral, o governo do estado de Santa Catarina encaminhou para Assembleia Legislativa (Alesc) o Projeto de Lei Complementar nº 0033.5, de dezembro de 2019, que tratava da reforma da previdência estadual. A partir da tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto recebeu um conjunto de emendas parlamentares que desconfiguraram a proposta original. Criando privilégios e não direitos para algumas categorias do serviço público, as emendas elevariam exponencialmente o déficit financeiro e atuarial em somas bilionárias. Com isso, em julho de 2020 o governo retirou o projeto.
De junho de 2020 para junho de 2021, muita coisa mudou, principalmente nas relações política entre o governador e os parlamentares. Com uma sólida base de apoio na Alesc, o governo elaborou uma nova proposta de reforma da previdência. Dialogando com as bancadas partidárias, poderes e sindicatos, o governo tem apresentado os seguintes dados: 47.625 servidores ativos, 49.522 aposentados e 9.677 pensões, totalizando 106.824 segurados, distribuídos por distintos poderes e órgãos. A esses servidores, corresponde a uma folha de pagamentos mensal de R$ 774,67 milhões, sendo que o Poder Executivo constitui 78,51% desse custo, seguido pelo Tribunal de Justiça/TJ (11,64%), Ministério Público/MP (3,90%), Alesc (3,67%) e Tribunal de Contas/TCE (2,28%). Assim, como o Executivo constitui a maior despesa com folha, também abrange a maioria dos segurados, 88,73%.
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