Andrea Califano*
Universidade Federal da Bahia**
Em março 2022, após a invasão russa na Ucrânia, a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos e ex-Presidente da Federal Reserve, Janet Yellen, invocava uma virada na trajetória do capitalismo mundial: estariam colocados em questão os dogmas das liberdades incondicionais dos fluxos de bens e capitais que haviam sido a base da chamada era da “globalização”, para se iniciar um novo período de “des-globalização”, resumido na expressão friend-shoring, isto é, o fortalecimento das relações econômicas apenas entre “amigos”, aliado à aplicação de sanções e outras medidas para restringir as possibilidades de interação com todos os outros (Yellen, 2022). Onde os chamados “outros” seriam identificáveis no agressor russo e seus aliados e, de modo geral, nos regimes antagônicos ao capitalismo liberal e democrático de estilo ocidental.
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Guilherme Ronchi Razzini*
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada na última sexta-feira (15) apresentou os dados de julho, neste mês houve expansão no varejo catarinense. Na comparação com o mês imediatamente anterior, foi registrada expansão de 2,2%, iniciando o terceiro trimestre do ano com expansão. No resultado acumulado no ano, segue a expansão de 4,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior (jan/22-jul/22). Por outro lado, no cenário nacional houve retração de 0,3% em julho na comparação com o mês imediatamente anterior.
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Henrique Nogueira Olivio*
As atividades de serviços no estado catarinense apresentaram queda na comparação com o mês anterior, com variação de -0,3%. Apesar de reverter o sinal positivo registrado em junho, a retração atual não anulou as expansões dos dois meses anteriores, mantendo-se o saldo positivo no ano. Do ponto de vista regional, houve retrações em 14 das 27 unidades da federação (UFs) por essa mesma perspectiva. Em relação à análise desagregada das atividades, há manutenção dos resultados positivos frente 2022, ainda que alguns dos setores tenham desacelerado.
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José Luis Oreiro**
Paulo Gala***
Numa série de artigos publicados recentemente na “Ilustríssima”, temos observado um acalorado debate a respeito das diferenças entre a ortodoxia e a heterodoxia econômica no Brasil.
Para autores como Samuel Pessôa e Marcos Lisboa, a diferença entre essas correntes seria essencialmente o método de análise. Enquanto a ortodoxia se basearia em conjecturas precisas e “falseáveis”, ou seja, sujeitas a rejeição por intermédio de testes empíricos, a heterodoxia se basearia em “grandes narrativas” apoiadas em “fatos estilizados” selecionados de forma casuística –ou ainda na leitura exegética dos grandes autores do passado, como Karl Marx ou John Maynard Keynes.
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Matheus Souza da Rosa*
A produção física industrial de Santa Catarina regrediu -1,5% na comparação com o nível produtivo de junho, mês imediatamente anterior. Frente julho de 2022, houve retração de -3,1%, ampliando as perdas já consolidadas nos meses anteriores. Diante disso, o saldo perante o acumulado do mesmo período do ano passado agora registra retração de -3,6%, restando ainda pendente um primeiro resultado positivo por essa perspectiva em 2023.
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Fernando Nogueira da Costa**
O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prevê um total de 12,5 mil obras e projetos distribuídos em mais de 4.000 municípios brasileiros. Estima investimentos totais de R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 1,4 trilhão até o fim do mandato de Lula e outros R$ 300 bilhões após 2026. Há previsão de concessões e PPPs (Parcerias Público Privadas).
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João Furtado*
O título longo anuncia o tema e dispensa a costumeira apresentação. Mas o texto procura construir uma ponte entre as políticas intervencionistas e aqueles que defendem políticas mais pautadas pela modéstia do que pela ambição, deixando ao mercado ou à iniciativa empresarial e capitalista o principal das decisões de ordem econômica, relegando o Estado e as políticas governamentais para funções tópicas e, em todos os casos, de corte horizontal e mais neutro (ou não-setorial). Espero que ao final o resultado não seja um misto de excomunhão e indiferença.
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Paulo Nogueira Batista Jr.*
O pano de fundo dessa possível moeda dos BRICS é a crescente disfuncionalidade do sistema monetário internacional
A possível criação de uma moeda pelos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tem figurado com frequência na mídia internacional e nas declarações de alguns governantes de países do grupo, notadamente Vladimir Putin e Lula. Por iniciativa da Rússia, a ideia está em discussão desde 2022, de modo ainda embrionário. O tema não foi lançado oficialmente, mas deve estar presente, de alguma forma, na cúpula dos líderes dos BRICS que ocorrerá na África do Sul de 22 a 24 de agosto.
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Giorgio Romano*
Poucos acreditavam que os líderes do BRICSs iriam conseguir na 15ª cúpula do grupo, tomar uma decisão sobre a expansão já com os nomes dos novos integrantes e data da sua adesão marcada para 1º de janeiro de 2024.
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José Luís Fiori*
Os efeitos e consequências mais importantes da expansão do bloco não serão imediatos e irão se manifestando na forma de ondas sucessivas, e cada vez mais fortes
A importância histórica da ampliação dos BRICS
De forma muito curta e direta: a incorporação dos seis novos membros do BRICS – Arábia Saudita, Irã, Argentina, Egito, Emirados Árabes e Etiópia – significa uma verdadeira “explosão sistêmica” da ordem internacional construída e controlada pelos europeus e seus descendentes diretos há pelos menos três séculos. Mas seus efeitos e consequências mais importantes não serão imediatos, e irão se manifestando na forma de ondas sucessivas, e cada vez mais fortes.
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Andrey de Paula e Silva*
Pedro Henrique Batista Otero**
Os dados do Novo Caged de julho revelam que o mercado formal de trabalho brasileiro segue em expansão, com abertura de 142,7 mil novas vagas e crescimento de 0,3% na análise mensal. Já em Santa Catarina, foram gerados 2,2 mil novos empregos formais, o que representou uma variação de 0,1%, conforme Tabela 1. Além de representar o segundo mês com taxas próximas à estabilidade, esse resultado foi o segundo pior do país em termos relativos, ficando atrás somente do Rio Grande do Sul (-0,1%).
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Henrique Nogueira Olivio*
A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE (PMS/IBGE) trouxe dados sobre o setor de serviços brasileiro. Neste texto será feita a análise desses dados com foco em Santa Catarina. As atividades de serviços no estado catarinense apresentaram leve crescimento em relação ao mês anterior. Além disso, 16 das 27 unidades da federação (UFs) apresentaram expansão e apenas 11 UFs apresentaram retrações. Em relação à análise desagregada das atividades, todas elas apresentaram expansões em relação a maio de 2022, com serviços profissionais, administrativos e complementares liderando as altas.
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Vicente Loeblein Heinen*
Em maio deste ano, o IBGE incluiu novos indicadores à divulgação de sua principal pesquisa sobre o mercado de trabalho, a PNAD Contínua. A mudança, consolidada em um painel interativo, incluiu indicadores regionais, trazendo dados desagregados para quase todas as mesorregiões de Santa Catarina[1].
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Fernando Nogueira da Costa*
A Lei nº 1.411, de 13 de agosto de 1951, dispõe sobre a profissão de Economista. Em seu Art. 3º reza: para o provimento e exercício de cargos técnicos de Economia e Finanças, na administração pública, autárquica, paraestatal, de economia mista, inclusive bancos, cujos acionistas forem os Governos Federal e Estadual, nas empresas sob intervenção governamental ou nas concessionárias de serviço público, é obrigatória a apresentação do diploma de bacharel em Ciências Econômicas, ou título de habilitação.
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Fernando Nogueira da Costa*
É um artificialismo a análise do complexo sistema capitalista com a abstração ou a exclusão do sistema financeiro
Fluxos de caixa e estoques são conceitos financeiros relacionados, mas se referem a diferentes aspectos do gerenciamento financeiro de uma empresa. Este tipo de gestão microeconômica deve ser extrapolado para o nível macroeconômico?
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